30ª Mostra Internacional de SP

30ª Mostra Internacional de SP

Quinta, 19 de outubro de 2006, 18h17  Atualizada às 19h17

Mostra de SP faz 30 anos com novo prêmio ao cinema brasileiro

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A Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, que abre sua programação para o público em 19 cinemas da cidade nesta sexta-feira, chega a seu 30º ano com a maior premiação em dinheiro oferecido em um festival no Brasil.

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Dentre os aproximadamente 300 longas da programação deste ano, um dos destaques é a retrospectiva Cinema Político Italiano dos anos 1960 e 70.

Conhecido na Itália como "cinema de empenho civil", o gênero causou polêmica no Brasil durante o governo militar, quando diversas obras foram proibidas. Assim, filmes como Antes da Revolução, de Bernardo Bertolucci, Investigação Sobre um Cidadão Acima de Qualquer Suspeita, de Elio Petri, e Pai Patrão, dos irmãos Taviani, têm chance de ser redescobertos por uma nova geração.

Além disso, será lançado um livro, Cinema Político Italiano ¿ Anos 60 e 70, pela editora Cosac Naif, com ensaios sobre o tema.

Os mais de 30 longas brasileiros e co-produções concorrem ao Prêmio Petrobras Cultural de Difusão, que dará a dois filmes R$ 400 mil na categoria ficção, e R$ 200 mil para um documentário. A verba deverá ser usada na distribuição do trabalho, que deve se adequar ao edital da empresa.

A escolha será feita pelo público que vota depois de cada sessão, agora, em cédulas numeradas.

"Esse é um esquema que tem funcionado na Mostra, por isso resolvemos mantê-lo", explica Leon Cakoff, idealizador e diretor do festival. "Porém, as regras de votação mudaram um pouco. Os convidados dos diretores não poderão votar, por exemplo." Cada filme será exibido quatro vezes ao longo do evento, que se estende até 2 de novembro.

O cineasta brasileiro Joaquim Pedro de Andrade (1932-1988), um dos pais do Cinema Novo, ganha uma retrospectiva completa. Serão exibidos os seis longas e os oito curtas deste cineasta. Todos os filmes foram restaurados, num projeto pioneiro no Brasil.

A primeira exibição dessa mostra aconteceu no Festival de Veneza, em setembro último. Na filmografia do diretor constam obras como O Padre e a Moça, Garrincha ¿ A Alegria do Povo e o clássico Macunaíma.

O moderno e o consagrado
Como é tradição, a mostra apresenta filmes de diversas nacionalidades, combinando trabalhos de jovens diretores, obras de veteranos e filmes consagrados nos mais importantes festivais do mundo.

Recém-premiados em Veneza, chegam Still Life, do diretor chinês Jia Zhang Ke, e Hollywoodland ¿ Bastidores da Fama, que rendeu ao galã americano Ben Affleck um inesperado prêmio como ator.

Filmes exibidos em Cannes também estarão na 30º Mostra. O grande vencedor da Palma de Ouro, The Wind that Shakes the Barley, do inglês Ken Loach, Babel, do mexicano Alejandro Gonzales Iñárritu (prêmio de direção), e Volver (que rendeu às atrizes um prêmio em conjunto), do espanhol Pedro Almodóvar, prometem ter as sessões mais disputadas do evento.

Diretores veteranos da mostra e conhecidos do público também terão seus novos trabalhos exibidos no festival. A lista conta com nomes como Robert Altman (A Última Noite), Abel Ferrara (Mary), Nanni Moretti (O Crocodilo) e Amos Gitai (o documentário Notícias do Lar/Notícias de Casa).

Novos talentos
Há também filmes cuja exibição em circuito comercial depois da mostra ainda não está garantida, como é o caso da animação A Scanner Darkly, de Richard Linklater, do documentário Leonard Cohen ¿ I'm Your Man, de Lian Lunson, e do drama Juventude em Marcha, de Pedro Costa.

Já a competição Novos Diretores é sempre uma aposta para se revelar novos talentos, como foi o caso de Marcelo Gomes, que ganhou no ano passado com Cinema, Aspirinas e Urubus ¿ filme que foi indicado para representar o Brasil na disputa por uma das cinco vagas da categoria filme estrangeiro do Oscar 2007.

Ainda assim, alguns filmes chegam cercados de certa expectativa, como o norte-americano Shortbus, de John Cameron Mitchell, que faz um road-movie sexual, e o documentário Uma Verdade Inconveniente, de Davis Guggenheim, e que conta com a participação do ex-candidato à presidência dos EUA Al Gore, em sua incansável campanha para o controle do aquecimento da temperatura global.

Entre as programações paralelas, o destaque fica para a seção Silent Shakespeare. O programa conta com quatro curtas mudos baseados em peças do famoso dramaturgo inglês, e produzidos entre 1899 e 1911.

Entre os curtas apresentados estão Sonho de uma Noite de Verão, Rei Lear e Noite de Reis. O acompanhamento musical será feito ao vivo pela pianista britânica Laura Rossi, o guitarrista Michael Outram e pelo Quarteto Portinari.

Reuters
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