30ª Mostra Internacional de SP

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Quarta, 25 de outubro de 2006, 09h39  Atualizada às 11h57

Heitor Dhalia leva universo pop de Mutarelli à Mostra

Divulgação

Selton Mello estrela O Cheiro do Ralo
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Depois de estrear como diretor adaptando Dostoiévski, Heitor Dhalia (de Nina) faz um projeto bem menos ambicioso e, por isso mesmo, mais bem realizado com O Cheiro do Ralo, que tem roteiro baseado no livro homônimo do escritor e desenhista Lourenço Mutarelli, lançado em 2002.

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O filme é protagonizado por Selton Mello, que se entusiasmou tanto pelo projeto que se ofereceu para participar do longa ¿ mesmo não tendo nada a ver com a descrição do personagem na obra original.

No filme, o personagem ganha nome de Lourenço, um sujeito pouco simpático, que não tem ambições na vida e passa o tempo vendendo e comprando velharias em sua loja. Na verdade, ele não está nem aí para o mundo. Como sempre diz: "Nunca gostei de ninguém".

No entanto, algo começa a destoar em sua vida. Trata-se do cheiro exalado por um ralo entupido no banheiro do galpão onde trabalha.

"Eu não me importo com ninguém. Só não quero que pensem que o cheiro do ralo é meu", diz Lourenço o tempo todo. Mas muita gente pensa isso. Coincidentemente, nessa mesma época ele se apaixona. Mas não especificamente por uma mulher ¿ apenas pela parte do corpo de uma garçonete, seu bumbum. A vida de Lourenço, que era organizada, a seu modo, começa a entrar num caos.

Dhalia, ao lado do co-roteirista, o escritor Marçal Aquino (O Invasor), cria um universo que reflete a crítica ao excesso de cultura pop presente no romance (que muitas vezes até parece quadrinhos, dado o ritmo ágil) de Mutarelli.

Aqui não existe muito espaço para catarse. O Cheiro do Ralo ousa investir todo o seu potencial num personagem desagradável e se dá bem, principalmente porque conta com um ator competente vivendo Lourenço.

O filme cresce também com a galeria de tipos urbanos que circulam pela loja de Lourenço. Sejam seus clientes em potencial ou mesmo seu objeto do desejo, por mais estilizados que possam ser, eles nunca parecem irreais. São figuras reais circulando por um universo cínico.

O Cheiro do Ralo será exibido na 30ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo nesta quarta-feira, às 22h, no Espaço Unibanco; na quinta, às 15h50, na Sala UOL, e, por fim, no sábado, às 13h30, no Cinesesc.

Reuters
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