30ª Mostra Internacional de SP

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Segunda, 30 de outubro de 2006, 14h31  Atualizada às 15h01

Animação A Scanner Darkly é exibida pela última vez

Neusa Barbosa e Alysson Oliveira
Divulgação

Keanu Reeves em cena de A Scanner Darkly
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Depois de disputadas sessões na 30ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, a animação norte-americana A Scanner Darkly tem sua última exibição nesta segunda-feira, às 19h20, na Reserva Cultural. E esta pode ser definitivamente a última apresentação em cinema no Brasil, já que, até o momento, a expectativa da distribuidora Warner é lançar o filme somente em DVD no país.

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Com roteiro baseado em obra do escritor de ficção científica Philip K. Dick (1928-1982), A Scanner Darkly é uma animação dirigida por Richard Linklater nos mesmos moldes de seu Waking Life.

Primeiro o diretor grava as cenas com atores, como se fosse um filme normal, depois as transforma em animadas por meio de um programa de computador, que pode levar até 500 horas para criar um minuto de resultado final. Mas o esforço compensa.

O que se vê na tela é uma animação estilizada e ao mesmo tempo detalhista. Aliás, não dá para se imaginar outra forma de se adaptar esse livro a não ser com animação, por conta de alguns desafios, como o fato de que, na trama, existe um terno especial que muda o rosto e o corpo de quem o veste incessantemente.

O figurino é usado pelo policial Fred (Keanu Reeves) que está investigando um traficante chamado Bob, interpretado pelo mesmo ator. Na verdade, eles são a mesma pessoa, porém, a mente do oficial acabou se dissociando devido ao uso constante de uma droga chamada Substância D (esse D vem de várias palavras, mas em especial ''death'', morte).

Ele nem sempre tem consciência disso, assim como seus colegas de trabalho. Como todos na agência usam o tal figurino especial que muda sua imagem o tempo inteiro, ninguém conhece a verdadeira identidade das pessoas. Os amigos de Bob, todos envolvidos com drogas, também desconhecem a vida dupla do rapaz.

Dick escreveu o livro no final da década de 70, depois de usar drogas por anos. Ao final da obra, ele fez uma dedicatória a diversos amigos que morreram ou ficaram inválidos por causa do vício. E é exatamente esse clima que também permeia o filme, o da perda da inocência.

Não por acaso, o escritor é chamado até hoje de visionário. Linklater, por sua vez, não teme transitar entre o gênero policial e os chamados "filmes de paranóia" dos anos 70, em especial A Trama, protagonizado por Warren Beatty.

Reuters
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