30ª Mostra Internacional de SP

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Quarta, 1 de novembro de 2006, 12h36 

"Proibido Proibir" é fiel a paixão e dinamismo dos jovens

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A 30ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo traz nesta quarta-feira, penúltimo dia da programação normal, o nacional Proibido Proibir, que marca a volta à direção do experiente roteirista chileno radicado no Brasil Jorge Durán.

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Autor de roteiros de filmes como Pixote ¿ A Lei do Mais Fraco (1981), de Hector Babenco, e Como Nascem os Anjos (1996), de Murilo Sales, Durán estreou como diretor em 1986, com o drama político A Cor de seu Destino, vencedor de cinco prêmios em Gramado, inclusive os de melhor filme e diretor.

Com este novo trabalho, Durán já venceu alguns prêmios no exterior, como o de melhor diretor no Festival de Valdivia (Espanha) e também melhor filme no Festival de Biarritz.

Proibido Proibir tem uma grande energia jovem, fiel à paixão, dinamismo e impulsividade próprias de quem tem 20 anos, algo até certo ponto surpreendente ao se pensar que o diretor já entrou na casa dos 60 (nasceu em 1942).

O diretor extrai o melhor de um ótimo roteiro, de sua autoria, e de seu trio de intérpretes, composto por Alexandre Rodrigues (de Cidade de Deus), Maria Flor e Caio Blat ¿ este último, prometendo ser o ator da hora, aparecendo numa safra de bons filmes brasileiros que começará brevemente a estrear nas salas.

Caso de O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias, de Cao Hamburger, Batismo de Sangue, de Helvécio Ratton, e Não por Acaso, de Philippe Barcinski.

Caio interpreta Paulo, estudante de Medicina na Universidade Federal Fluminense, no Rio, que tem como melhor amigo o estudante de Sociologia Leon (Alexandre). Eles dividem tudo, apartamento, falta de dinheiro, noitadas com cerveja e tudo o mais. Só fica complicado quando surge uma atração entre Paulo e a nova namorada de Leon, a estudante de Arquitetura Letícia (Maria Flor).

Temperando o romantismo num estilo libertário, que homenageia Jules e Jim (o inesquecível clássico do francês François Truffaut), o trio de jovens tem um contato direto com a dura realidade social brasileira, e isto só engrandece o filme.

Paulo cuida de uma paciente (Edyr Duqui) internada com doença grave no Hospital Universitário. Há muito ela perdeu contato com os dois filhos, que moram numa favela. Tentando ajudá-la, Paulo, Leon e Letícia vão procurá-los e se deparam com a violência policial e outros desafios que só o seu idealismo não dá conta de resolver.

Proibido Proibir aborda a esfera social e política partindo de um registro individual e intimista. E cria uma ponte verossímil e emotiva entre os dois mundos. O filme é exibido pela última vez na mostra nesta quarta-feira, às 20h20, no Cine Bombril 1.

Reuters
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