61º Festival de Cannes

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61º Festival de Cannes

Sábado, 24 de maio de 2008, 16h50 Atualizada às 17h08

Em Cannes, Marisa Monte diz que Portela está em sua vida

Orlando Margarido
Direto de Cannes

A cantora Marisa Monte está em Cannes para divulgar o documentário O Mistério do Samba, que produziu em parceria com a Conspiração Filmes e para o qual colaborou no roteiro.

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O filme dirigido por Carolina Jabor e Lula Buarque de Holanda, sobre a Velha Guarda da Portela, será exibido no domingo num telão montado na praia. Em conversa com os jornalistas brasileiros, Marisa contou o caso antigo que tem com os sambistas portelenses.

"Meu pai foi diretor cultural da escola e quando menina eu já estava no meio desses nomes maravilhosos", comentou. "Ouvíamos muito samba em casa e seu Argemiro e seu Jair eram algumas das nossas referências".

Em seu primeiro disco, de 1988, a cantora incluiu uma interpretação do samba Preciso me Encontrar, de Candeias, por Cartola. Outras gravações de sambistas da Portela se seguiram, mas a idéia de registrar a memória da escola também em imagens surgiu efetivamente em 1998, quando a cantora começou uma pesquisa para o CD Tudo Azul.

Desde então, ela coletou mais de cem músicas que corriam o risco de desaparecer. Metade deste material está no documentário, que ao longo da produção viu morrer alguns de seus personagens.

A diretora Carolina Jabor diz que o resultado não é propriamente uma história da Velha Guarda da Portela, mas como uma tradição de sambistas está desaparecendo.

"Realizamos o filme por um viés poético, não necessariamente preocupados com um recorte de tempo, ou de representar toda a trajetória desses mestres".

O documentário ainda conta com a participação de Zeca Pagodinho e Paulinho da Viola, que costuma dar dicas de canções esquecidas da Portela para Marisa gravar.

"Os dois são importantes na preservação desse material, pois se não fossem eles gravarem, estaria tudo perdido; há anos que a Velha Guarda não entra em estúdio", explica Marisa.

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