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Brasileiro diz que participar já foi incrível

23 mai 2009 - 18h08
(atualizado em 24/5/2009 às 03h54)
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Muitas horas antes de o filme grego Kynodontas ser premiado na mostra Un Certain Regard na noite deste sábado (23), em Cannes - meio da tarde no horário de Brasília - o diretor brasileiro Heitor Dhalia, que concorria na mesma mostra com o longa À Deriva, já sabia que sua obra, sobre uma garota que descobre as agruras do mundo adulto aos 14 anos, não levaria o grande prêmio da categoria. Ele sabia disso porque a organização da mostra não insistiu para que ele ficasse em Cannes - como é comum as equipes deixarem o festival após a prémière de seus filmes, aqueles que têm chances de levar algo são sutilmente avisados de que deveriam ficar mais um pouco.

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Apesar disso, Dhalia não ficou frustrado ou infeliz. "É clichê, mas ser selecionado para estar aqui em Cannes já foi maravilhoso", comentou ele com amigos, na manhã de sábado. O cineasta não compareceu à cerimônia de premiação.

Kynodontas foi considerado pela mídia especializada, que cobre o evento, um dos filmes mais non senses que já passou pelo festival, altamente experimental - bem ao gosto do presidente do júri dessa mostra, o napolitano Paolo Sorrentino. A história gira em torno de uma família que cria os filhos enclausurados dentro de casa - eles só têm permissão de sair, quando o dente canino cair (o que acontece por volta dos 9, 10 anos). Alguns jornalistas presentes em Cannes comentaram que Kynodontas lembrava o filme italiano Salò - ou os 120 Dias de Sodoma, de Pier Paolo Pasolini, mas sem o sentido sexual, só o psicológico.

Para o diretor, participar já foi um excelente mérito
Para o diretor, participar já foi um excelente mérito
Foto: Getty Images
Fonte: Terra
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