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"Faço filmes para todo o planeta Terra", diz Tarantino em Cannes

20 mai 2009 - 09h19
(atualizado às 09h20)
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Bastardos Inglórios, o novo filme do diretor Quentin Tarantino apresentado esta manhã em Cannes na competição oficial, poderia ser chamada de uma fantasia de vingança judia em tom de comédia, como definiu um jornalista na entrevista com o cineasta e o elenco da fita logo depois da exibição.

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Mas não é como Tarantino prefere chamar essa história fantasiosa sobre uma força rebelde liderada por um americano (Brad Pitt), com integrantes de várias nacionalidades, que luta contra os nazistas na França ocupada. "Alguns me perguntam se é um conto de fadas, pois o que esses homens fazem é o que todo mundo gostaria de ter visto acontecer na Segunda Guerra", comentou o diretor.

"Há alguns aspectos corretos nessa definição, já que essa trama é fantasiosa, não aconteceu; mas prefiro definir como uma tentativa de mudar o curso da história da maneira mais plausível possível; essa foi o maior desafio do filme", completou.

Desde o início, o jogo de ficção se impõe, quando um oficial alemão (Christoph Waltz) especialista em descobrir judeus escondidos liquida com a família da jovem judia Shosanna (Mélanie Laurent) e a deixa escapar. Tempos depois, sob uma nova identidade, ela reencontrará o carrasco na sala de cinema da qual é proprietária em Paris, e planeja uma vingança colossal. Em paralelo, os rapazes do bando de Aldo Raine (Brad Pitt), continuam a perseguir oficiais nazistas até tentar chegar a Hitler, numa cena final típica da violência ensurdecedora de Tarantino.

O elenco ainda conta com Eli Roth, Mike Myers, Michael Fassbender e Diane Kruger.

Um dos aspectos fundamentais, segundo Tarantino, para que o filme atingisse a intenção de verossimilhança era que os personagens de várias nacionalidades fossem vividos por atores da respectiva língua. "Não só isso, mas que também fossem fluentes em outra língua quando o papel tivesse a característica, ou nada fluentes quando a situação assim exigisse".

O exemplo do alemão Daniel Brül, o protagonista de Adeus Lênin, é significativo no papel de um ator famoso e herói de guerra que fala francês com fluência para conquistar Shosana. "Sem esse compromisso dos atores, o filme soaria artificial e não teria o aspecto de veracidade que eu quis buscar", completou. Bem humorado e às gargalhadas durante toda a entrevista, ele brincou: "o bacana desse filme é que todos os atores estão em seus devidos lugares".

Tarantino emprestou o título de seu filme de um thriller de espionagem de 1978, Inglorious Bastards, de Enzo Castellari, do qual é fã, e apenas mudou-o no original para Basterds. "Não quero explicar muito isso, mas tem a ver com o sotaque de alguns americanos no filme".

A trama é nova e não tem a ver com a fita anterior. O roteiro já existia há mais de quatro anos e foi sendo desenvolvido aos poucos, com a chegada de alguns atores. Assim também foi lhe chegando a história. "É um filme de gênero, e eu adoro os gêneros, o faroeste, o musical, o terror...".

Bem recebido pelos jornalistas, Bastardos Inglórios tem diversas referências ao mundo do cinema, como é habitual na obra de Tarantino, um cinéfilo declarado. "Me inspirei muito em Heaven's Gate (no Brasil, Portal do Paraíso, de Michael Cimino) para esse filme".

Sobre o fato de decidir mostrar o filme no Festival de Cannes, ele comentou: "todo o mundo está aqui, jornalistas, atores e diretores de todos os países; isso combina comigo, pois faço filmes para o público de todo o planeta Terra". A fita tem previsão de estréia no Brasil em 23 de outubro.

Quentin Tarantino divulga 'Bastardos Inglórios' em Cannes
Quentin Tarantino divulga 'Bastardos Inglórios' em Cannes
Foto: Getty Images
Fonte: Especial para Terra
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