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Conheça a história da Palma de Ouro de Cannes |
Criada em 1955, a Palma de Ouro do Festival de Cannes, um dos mais prestigiados prêmios do cinema mundial, mudou de aspecto diversas vezes ao longo de sua história e, inclusive, chegou a ficar desaparecida por dez anos, mas é uma jóia de ouro autêntico.
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O exclusivo círculo dos cineastas duplamente premiados em Cannes tem apenas cinco membros, incluindo uma dupla: o americano Francis Ford Coppola, o japonês Shoei Imamura, o dinamarquês danés Bille August, o sérvio Emir Kusturica e os belgas Luc e Jean-Pierre Dardenne. Este ano, Kusturica pode se tornar o único diretor com três Palmas de Ouro.
Desde sua criação, o troféu foi atribuído apenas uma vez a uma mulher: a diretora neozelandesa Jane Campion, que recebeu a Palma por O Piano em 1993.
O Festival de Cannes nasceu em 1946, mas foi preciso esperar até 1955 para que a criação da Palma materializasse o principal prêmio do evento, como em seu competidor, o Festival de Veneza, já havia feito com o Leão de Ouro.
"Antes, o Festival concedia um 'Grande Prêmio' com um quadro de artista como presente", conta Michel Pascal, jornalista e autor de um livro sobre a história do Festival. O filme Marty, do americano Delbert Mann, foi o primeiro a receber a Palma, concedida por um júri presidido pelo escritor e cineasta francês Marcel Pagnol. Em 1964, a Palma deixou de ser entregue e novamente foi adotado um "Grande Prêmio", que durou até 1975. As explicações sobre essas mudanças são divergentes.
"A escolha da Palma se impôs pela referência ao escudo da cidade e a suas palmeiras, mas, sem dúvida, também às palmas honorárias da antigüidade", afirma Pierre Billard, crítico e historiador de cinema.
A jóia original foi desenhada pela parisiense Lucienne Lazon. Seu pedestal, que incluía uma pequena mão que sustentava a palma, seria obra do poeta Jean Cocteau, que presidiu o júri do Festival em 1954, afirma Michel Pascal. Porém, sua representação evoluiu: o ramo da palma já teve entre 19 e 25 folhas. Seu pedestal já foi uma pedra e uma pirâmide de cristal, antes de assumir a forma atual de esmeralda.
Originalmente de ouro maciço, a palma se viu durante algum tempo degradada ao nível de metal chapado de ouro, mas depois recuperou sua condição original de metal precioso. Com o passar dos anos foi redesenhada várias vezes e seu pedestal mudou de forma. Em 1997 foi modernizada por Caroline Scheufele, da casa de jóias Chopard, que doa a cada ano o troféu. É uma peça de ouro de 24 quilates.