Cannes 2007

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Quinta, 24 de maio de 2007, 16h22  Atualizada às 17h07

Scorcese dá aula sobre cinema durante o Festival de Cannes

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O diretor de cinema Martin Scorsese ministrou nesta quinta-feira uma aula sobre cinema no 60º Festival de Cannes, em um auditório abarrotado onde podiam ser vistos "alunos" famosos como seus colegas Quentin Tarantino e o francês Claude Lanzmann.

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Recebido com uma grande ovação pelo público que lotava a sala sentando-se inclusive nas escadas de acesso, o mestre nova-iorquino relatou durante uma hora e meia suas experiências cinematográficas desde seu começo até o filme Os Infiltrados, que lhe deu em fevereiro seu primeiro Oscar como diretor.

Scorsese, nascido em um bairro de imigrantes italianos de Nova York, falando sobre sua paixão pelo cinema, explicou: "não tive escolha", seguindo um afã juvenil para agradar seus pais.

"Primeiro me senti atraído por alguns filmes concretamente, quase sempre pelos atores", do que sucedeu uma "obsessão por colecionar, primeiro esses filmes, depois qualquer filme, e depois os cartazes", disse o diretor americano.

Também lembrou seus estudos de cinema em Nova York, embora com uma mensagem muito clara: "Só se pode aprender a fazer cinema fazendo, dirigindo essencialmente, mas também trabalhando em outros ofícios", como montagem, que aprendeu no início.

Após suas primeiras obras, conseguiu que seus pais pensassem em que se dedicar ao cinema "não era uma idéia tão louca, porque tinha gente que tinha gostado" de seus filmes.

Scorsese lembrou também o início da carreira fazendo filmes B na produtora de Roger Corman, onde aprendeu algo essencial: "Disciplina, ir ali e fazer meu trabalho, embora não tivesse vontade, sobretudo pelas manhãs".

Sentado sobre o palco da sala Debussy, uma das maiores do palácio de festivais de Cannes, a conversa de Scorsese com o jornalista francês Michel Simon foi interrompida em alguns momentos para projetar breves fragmentos de suas obras, como Caminhos Perigosos e Touro Indomável.

Sobre o protagonista de ambos os filmes e um de seus atores preferidos, Robert de Niro, lembrou que eles foram apresentados pelo cineasta Brian de Palma durante uma ceia de Natal.

"Ambos éramos de origem italiana e desde o princípio nos sentimos muito à vontade", apontou.

Também revelou que adquiriu consciência da importância dos movimentos de câmara "graças ao cinema musical", e que a violência que caracteriza muitos de seus filmes vem do fato dele ter crescido "em uma região muito violenta de Nova York".

Scorsese é um dos convidados de honra este ano no aniversário de Cannes, onde esta semana foi apresentado seu projeto da World Cinema Foundation para proteger o patrimônio cinematográfico ameaçado por falta de fundos para conservá-lo.

EFE
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