Cannes 2007

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Sábado, 26 de maio de 2007, 10h51  Atualizada às 12h40

Cannes termina com declive do cineasta bósnio Emir Kusturica

Reuters

Emir Kusturica apresentou Promise Me This neste sábado
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A competição pela Palma de Ouro do Festival de Cannes começou sua despedida, neste sábado, com a última produção de Emir Kusturica, junto com a esperança de que o diretor bósnio apresentasse um bom filme.

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Havia muita expectativa para ver se Promise me This dava indícios de uma revitalização de Kusturica, um dos poucos que já ganharam duas Palmas de Ouro - com Quando Papai Saiu em Viagem de Negócios (1985) e Underground - Mentiras de Guerra (1995) -, além de um prêmio como melhor diretor por Vida Cigana (1988).

"Vim a Cannes muitas vezes, talvez demais. Poderia ter feito uma casa no palco. Não tenho certeza de que vou voltar", disse o bósnio na entrevista coletiva após a exibição de seu mais novo filme, protagonizado por Marija Petronijevic e Uros Milovanovic.

Nesse caso, Promise me This seria um triste adeus, pois seu brilho visual não consegue esconder a má qualidade da obra, onde o humor grosseiro e a exacerbação do estilo de Kusturica fazem com que ele acabe se transformado em um mau imitador de si mesmo.

"Continuo fazendo o mesmo filme desde o início", disse à imprensa o diretor, nascido em Sarajevo, em 1954. Além disso, afirmou que seu anunciado documentário sobre o jogador Diego Maradona "estará pronto no ano que vem".

O cineasta também se repetiu em suas alusões políticas, ao lembrar os bombardeios da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) sobre a Sérvia em 1999, devido ao conflito no Kosovo.

A não ser que queira conceder uma despedida de luxo para Kusturica em Cannes, parece improvável que o júri da Palma de Ouro - que o próprio bósnio presidiu há dois anos - vá considerar Promise me this, ao contrário da outra exibição do dia.

Mogari no mori é sua segunda disputa da japonesa Naomi Kawase pela Palma de Ouro, depois de concorrer com Shara há quatro anos, e de levar um prêmio Câmara de Ouro com Moe no Suzako em 1997.

O recente filme da japonesa é um profundo olhar sobre a morte e a religião. Passa-se, na maior parte do tempo, em uma floresta, que se transforma em mais um personagem, à altura da atriz Machiko Ono e de Shigeki Uda, perfeitos em seus papéis.

As lembranças de Naomi Kawase sobre sua infância, quando foi educada para respeitar a natureza, estiveram entre as fontes de inspiração do filme, disse a diretora à imprensa após a exibição. A economia de recursos e o caráter da produção podem agradar o júri presidido por Stephen Frears, cuja decisão será anunciada este domingo, na entrega oficial de prêmios do Festival de Cannes.

As apostas sobre favoritos circulam em todo lugar, muitas delas baseadas nas pontuações sobre os 22 filmes concorrentes. A lista com pontos é elaborada diariamente pela revista Screen em sua edição especial do festival.

Segundo a tabela, que inclui as opiniões de muitos críticos de vários países, entre os filmes com maior potencial estão a história de um aborto clandestino narrada pelo romeno Cristian Mungiu (4 Luni, 3 Saptamini si 2 Zile) e a violenta perseguição de carros filmada pelos irmãos Coen (No Country for Old Men).

Esses são seguidos por Le Scaphandre et le Papillon, na qual o americano Julian Schnabel conta a história real de um escritor que ficou paralisado quase totalmente, e pelo relato de encontros e desencontros assinado pelo alemão Fatih Akin em Auf der Anderen Seite.

O mexicano Carlos Reygadas, único representante latino este ano na disputa pela Palma de Ouro, está em uma posição mais afastada na tabela de pontuação, com seu Stellet Licht, um romance que se passa em uma comunidade menonita.

Os que já ganharam o prêmio em outras edições, como os americanos Gus van Sant (Paranoid Park) e Quentin Tarantino (Death Proof), estão no final da lista. Kusturica também deve ocupar essa posição em breve, assim como o cineasta de Hong Kong, Wong Kar Wai, cujo My Blueberry Nights - que abriu o festival no dia 16 - não é mais sequer lembrado.

EFE
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