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Comédia estrelada por Leandro Hassum fala de política com humor rasteiro

1 out 2014 - 17h11
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Nos últimos anos, o ator Leandro Hassum se tornou sinônimo de sucesso no cinema brasileiro. Por sucesso, entenda-se, alta bilheteria, pois os filmes protagonizados por ele estão longe de algum outro tipo de êxito.

Com títulos como os dois “Até que a Sorte nos Separe” e “Vestido para Casar”, ele encontrou seu público. Se até então fazia um humor “pra toda a família”, com até um algo de ingênuo, em sua nova empreitada, “O Candidato Honesto”, o humorista apela para piadas típicas do humor rasteiro, envolvendo flatulência e traseiros em janela de ônibus. Sim, esse é o nível.

Hassum interpreta, por assim dizer, João Ernesto, um candidato corrupto e favorito na corrida à Presidência do país. Sua trajetória começa como líder sindical dos motoristas de ônibus, que depois de perder um mamilo num acidente de trabalho entra para a política.

Ele é corrupto e não faz muita questão de esconder isso, para desespero de seus marqueteiros. Porém, quando sua avó (Prazeres Barbosa) está à beira da morte, ela parece lhe rogar uma praga. A partir de então, ele se torna incapaz de mentir.

Dirigido por Roberto Santucci – cuja filmografia inclui os dois “Até que a Sorte...” e os dois “De Pernas pro Ar” –, “O Candidato Honesto” parece também não se esforçar muito para esconder que sua fonte de inspiração, por assim dizer, é o “Mentiroso”, que Jim Carrey protagonizou em 1997, em que o ator canadense encarnava um advogado incapaz de mentir por 24 horas.

Desprovido de qualquer amarra, João começa a falar tudo o que lhe vem à cabeça, como ofender sua mulher (Flávia Garrafa) num programa de televisão à la o de Ana Maria Braga, ou fazer seu anúncio de TV confessando que não cumprirá nenhuma das promessas.

A parte “séria” do filme envolve uma jovem jornalista, Amanda (Luiza Valdetaro), que acredita na capacidade de João, e pensa que ele pode ser um bom político.

O roteiro, assinado por Paulo Cursino – responsável pelos textos das franquias “De Pernas...”, “Até que a Sorte...”, além de “O Diário de Tati”, entre outros – não se esforça muito. As situações cômicas parecem piadas que são requentadas a cada dois anos quando há eleições.

Como esquete de humorístico da televisão, “O Candidato Honesto” poderia até funcionar, mas como um longa de quase duas horas, não há enrolação e humor mal resolvido que segure. E, no fim das contas, o horário eleitoral gratuito exibido na televisão tem mais cinema e mais humor (involuntário, na maior parte das vezes), do que esse filme inteiro.

(Por Alysson Oliveira, do Cineweb)

* As opiniões expressas são responsabilidade do Cineweb

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