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Compra da Pixar modifica e moderniza estúdios de animação da Disney

16 ago 2013 - 06h10
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O dinamismo dos criadores de "Toy Story" contagiou a casa do Mickey, marcada pela magia dos clássicos contos de fada produzidos pelas Disney, que assumiu o controle financeiro da Pixar, inovadora rival no setor de animações e fundamental para fornecer novas ideias à empresa, capazes de gerar bilheteria e atender às demandas do público do século XXI.

"Atualmente, a Disney Animation tem como valores a renovação e o espírito coletivo", discurso que seu vice-presidente executivo, Andrew Millstein, repetiu à imprensa na última segunda-feira em encontro realizado nas instalações da empresa em Los Angeles, onde é feita a finalização do próximo filme a estrear, "Frozen: Uma Aventura Congelante".

Os funcionários da companhia dizem que a "contratação" da Pixar foi um ponto de inflexão para a Disney, um "peixe grande" que incorporou a filosofia de honestidade brutal imposta ao "peixe pequeno" por talentos como John Lasseter ("Toy Story", "Carros"), que ocupa a função de diretor criativo em ambas as produtoras desde a compra em 2006.

A Pixar desenvolveu o sistema "brain trust" que consiste em submeter o desenvolvimento dos filmes à periódica crítica de um grupo de pessoas de referência no estúdio, a fim de melhorar o produto final e de identificar problemas e erros.

A própria Disney já é um reflexo dessa elaboração conjunta. "Nossos artistas estão trabalhando de modo que todos sejam autores dos filmes dos demais", comentou Millstein, considerando essa como a principal transformação da empresa, apesar de ter passado por outras modificações.

Para favorecer a relação entre os funcionários, os escritórios no prédio foram dispostos de maneira diferente. As áreas comuns passaram a ocupar um lugar preeminente, a característica da sede da Pixar em San Francisco, que conta também com cafeteria e restaurante, e poderia até se passar por um shopping.

"Não estou dizendo que antes foi uma época obscura e agora estamos no renascimento", disse Millstein, que quis evitar uma percepção negativa do legado de um estúdio que produziu clássicos da animação como "Branca de Neve e os Sete Anões" e "Dumbo", mas que não tinha conseguido se adaptar aos novos tempos.

A Disney ganhou várias estatuetas do Oscar por seus desenhos, mas desde que a categoria de melhor animação foi criada em 2001, nenhuma de suas produções conseguiu o título, mas a Pixar o conquistou sete vezes.

"Após 'Enrolados' e 'Detona Ralph' é possível sentir um tipo diferente de inércia no estúdio. Temos realmente um bom pressentimento sobre o nosso potencial", explicou Millstein.

Com certeza a Disney Animation demonstrou estar mais disposta a correr riscos nos últimos anos.

Suas princesas passaram a ser mais atrevidas e descaradas, algo que se viu em "Enrolados" (2010) e que se repete em "Frozen: Uma Aventura Congelante" (estreia em novembro de 2013). Suas histórias já não são inspiradas apenas em contos infantis, mas também em histórias em quadrinhos como o filme de super-heróis da Marvel "Big Hero 6", que será lançado em 2014.

De forma inversa, a Pixar também "pisou o reduto da Disney" com "Valente", seu primeiro filme protagonizado por uma princesa, Mérida, que em maio entrou para a lista de personagens da realeza da Disneylândia.

Millstein garantiu que a Disney e a Pixar continuarão a manter suas "identidades" separadas, algo que o grupo Walt Disney Company, ao que pertencem, reforçará nas campanhas de divulgação dos filmes.

Cada uma terá seu próprio estilo, apesar de a estreita relação entre as duas poder fazer com que suas entidades se pareçam cada dia mais.

"Criativamente, é difícil dizer como um estúdio irá se diferenciar do outro na medida em que ambos tenham mundos, personagens e histórias geniais. Se há confusão nesse sentido, que assim seja", concluiu Millstein.

EFE   
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