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Cotado para Oscar, 'Argo' conta história de resgate no Irã

9 nov 2012 - 07h50
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Cleide Klock
Direto de Los Angeles

Uma história real e muito bem guardada pela Agência de Inteligência Americana por mais de 30 anos chega às telas de cinema do Brasil nesta sexta-feira (9). O filme Argo, dirigido, estrelado e produzido por Ben Affleck, remexe nos arquivos da CIA e mostra como os agentes, em prol de seus planos, envolvem até Hollywood. O enredo, que de tão fantástico nem parece real, já desponta nas listas de apostas para o Oscar e há quem arrisque dizer que a produção assinada por Affleck estará entre as que terão mais indicações às estatuetas douradas.

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"Maior desafio foi fazer com a tecnologia de hoje um filme que parecesse ser de mais de 30 anos", disse o diretor Ben Affleck
"Maior desafio foi fazer com a tecnologia de hoje um filme que parecesse ser de mais de 30 anos", disse o diretor Ben Affleck
Foto: Divulgação

O filme traz o drama da tomada da embaixada americana na capital do Irã, Teerã, em 1979, na chamada Revolução Fundamentalista, quando mais de 50 pessoas ficaram reféns. Descontentes com a postura americana de dar asilo político ao Xá Reza Pahlavi, centenas de militantes invadiram a embaixada. Essa parte da história é conhecida de quem viveu na época e acompanhou a cobertura pela imprensa ou já leu em livros de história. A parte desconhecida, e foco do filme, é um drama em paralelo: seis funcionários do consulado conseguiram fugir com a ajuda de um embaixador canadense, ficaram refugiados na casa dele, até a CIA desenvolver um plano de resgate.

O agente Tony Mendez (papel de Affleck) bolou o seguinte plano: fazer de conta que eram cineastas canadenses de uma grande produção (de nome Argo) e ir a Teerã fazer uma pesquisa de cenários, possíveis locais de locação e então envolver os seis refugiados como parte da equipe. O restante só vendo na tela - tudo com cara de uma produção da década de 1970. "O maior desafio foi fazer com a tecnologia de hoje um filme que parecesse ser de mais de 30 anos", disse Ben Affleck em entrevista ao Terra, em Los Angeles, depois de afirmar que, quando viu o roteiro, foi amor à primeira vista: "sempre que apresentam um roteiro para a gente dizem que é o melhor do mundo, por isso nem levo em conta. Mas, depois de ler o de Argo, tive certeza que era o melhor que passou pelas minhas mãos nos últimos anos", disse ele, que assina a produção junto com George Clooney.

O ator/diretor conta ainda que não se arriscou filmar no Irã: "gostaria muito, mas tudo se tornou muito difícil logisticamente. O fato de o país talvez politizar a história do filme também deixou tudo mais arriscado". Para Affleck, a questão política é uma parte do filme, mas ele diz que não gostaria de ver as pessoas apenas levando por esse lado. "Eu diria que o filme é sobre democracia. Não tem bandeira política, sei que ao redor do mundo as pessoas têm fortes sentimentos pelo que acontece lá no Irã, mas o que quero mostrar acima de tudo é como são importantes as relações internacionais", conta ele, que dedicou boa parte da vida a estudar o Oriente Médio. As filmagens foram feitas em Istambul, na Turquia, e também em Los Angeles e Washington. O aeroporto de Teerã foi todo recriado a 100km de Los Angeles, num antigo terminal do aeroporto de Ontário: foram colocadas sinalizações em farsi, cartazes de Aiatolás e a parte externa foi criada em computação gráfica, com paisagens de Teerã e até um Boeing 747 virtual.

Oscar

Revistas especializadas de cinema arriscam dizer que Argo, uma produção de US$ 44 milhões, pode ser indicado ao Oscar de Melhor Filme, Roteiro, Diretor e Ator (Ben Affleck) e até Atores Coadjuvantes (com indicações para Alan Arkin - Pequena Miss Sunshine - e também John Goodman - O Artista). Arkin e Goodman fazem o papel de dois produtores excêntricos de Hollywood e destacam, quase em coro: "para a gente, o melhor momento do filme é quando, no avião, avisam que podem servir os drinques", Arkin dá a dica e não conta mais nada. "Em várias sessões, este é um momento de aplausos dentro do cinema", adianta Goodman.

Nenhum dos atores conhecia essa parte tão bem escondida da história americana. "Eu não conhecia antes de ler o roteiro e, quando o li, aceitei na hora. Conhecia apenas a história dos reféns dentro da embaixada", diz Bryan Cranston (da série Breaking Bad), que faz o agente da CIA Jack O'Donnell. "A gente fez esse filme pois é uma grande história, mas também é interessante como ela se encaixa no atual clima sócio-político do Oriente Médio. Há mudanças de um lado, porém algumas coisas continuam iguais. E a única coisa que a gente pode fazer como parte da indústria do entretenimento é mostrar que cooperação funciona. Essa é uma história sobre salvar seres humanos, essa é uma grande coisa a se fazer", finaliza Bryan.

Fonte: Especial para Terra
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