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"Crimes Ocultos" é trama de política e assassinatos na União Soviética

20 mai 2015 - 16h11
(atualizado às 17h42)
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O suspense "Criança 44", do inglês Tom Rob Smith, se torna uma adaptação acinzentada e burocrática, que recebe o nome de "Crimes Ocultos", e explora um jogo de sombras, verdades e mentiras na extinta União Soviética.

Ator Tom Hardy durante sessão de fotos no Festival de Cinema de Cannes, na França, na semana passada. 14/05/2015
Ator Tom Hardy durante sessão de fotos no Festival de Cinema de Cannes, na França, na semana passada. 14/05/2015
Foto: Benoit Tessier / Reuters

O protagonista é Leo Demidov (Tom Hardy, recentemente visto em "Mad Max: A Estrada da Fúria"), um herói nacional ao hastear a bandeira soviética na famosa foto no Reichstag, em 1945, na conquista da Alemanha nazista.

Quando criança, ele foge do orfanato e é adotado por um oficial, e, anos mais tarde, é um temido tenente da polícia secreta. Para acabar com famílias e destruir vidas de pessoas acusadas de traição, basta um aceno seu. Mas ele não é tão mau assim, tanto que fica abalado quando sua equipe dá cabo de uma pessoa inocente – mesmo que ele não tenha outra opção a tomar quando as ordens vem de cima.

Demidov tinha praticamente o mundo aos seus pés e uma carreira promissora, quando sua mulher, Raisa (Noomi Rapace), uma professora de escola primária, é acusada de traição. Para que ela não seja executada – ou, ao menos, presa, afinal, está grávida –, o protagonista toma o seu partido, e os dois são mandados para uma pequena cidade no interior.

Nesse momento, o diretor Daniel Espinosa ("Protegendo o Inimigo") faz um contraste entre a urbanizada e cinzenta Moscou e a arcaica cidadezinha para onde o casal é mandado. Lá, Demidov irá trabalhar na milícia do General Nesterov (Gary Oldman), e Raisa, numa escola local.

Até então, uma trama que vinha em segundo plano em "Crimes Ocultos" começa a ganhar mais destaque. Trata-se do assassinato de meninos que ocorre nos arredores de Moscou e da região onde Leo está. Uma das vítimas, aliás, foi o seu afilhado, filho de um colega de trabalho.

É visível que o garoto foi assassinado, mas as autoridades insistem que ele foi atropelado acidentalmente pelo trem. Como explica um letreiro no início do filme, "não há crimes no paraíso".

O dilema de Demidov é investigar um crime que, em tese, não pode ter existido. Mas, aparentemente, o diretor e seu roteirista, Richard Price (da série "The Wire"), não se contentam com essas duas tramas – traição de Raisa e assassinato de meninos – cria algumas narrativas paralelas que apenas distraem e roubam o foco daquilo que realmente importa.

"Criança 44" é o primeiro romance de uma trilogia – mas dado o desempenho fraco nas bilheterias norte-americanas, é pouco provável que os outros dois livros sejam adaptados.

(Por Alysson Oliveira, do Cineweb)

* As opiniões expressas são responsabilidade do Cineweb

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