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Drama francês "Por Uma Mulher" recria mistério sobre família da diretora

29 out 2014 - 16h44
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Uma história de fundo autobiográfico deu à diretora e roteirista francesa Diane Kurys o argumento do drama “Por Uma Mulher”.

Atriz Melanie Thierry posa para foto em Cannes, na França, em maio de 2010. 16/05/2010
Atriz Melanie Thierry posa para foto em Cannes, na França, em maio de 2010. 16/05/2010
Foto: Vincent Kessler / Reuters

Depois da morte da mãe, Lena (Mélanie Thierry), duas irmãs dividem suas joias e objetos. Entre eles, a caçula, Anne (Sylvie Testud), encontra uma fotografia, que mostra a mãe e uma delas, pequena, ao lado de um atraente desconhecido.

Trata-se de Jean (Nicolas Duvauchelle), um misterioso tio, irmão de seu pai, Michel (Benoit Magimel), que nunca é mencionado nas conversas familiares. Entre idas e vindas no tempo, o filme se ocupará de revelar as complexas relações familiares envolvendo os dois irmãos, Lena, e outros amigos, quando reconstruíam a vida, imediatamente após a Segunda Guerra Mundial.

O próprio romance entre Michel e Lena foi um tanto inusitado. Os dois se conheceram num campo de prisioneiros, do qual, por um golpe de sorte, ele a acaba resgatando – o que implica, no entanto, que ela se case com ele.

Este envolvimento emotivo desigual é um dos motes da história, em que se alinha também o desencontro amoroso do casal Maurice (Denis Podalydès) e Madeleine (Clotilde Hesme), colegas de Michel, que é russo e judeu de nascimento, numa célula do Partido Comunista.

Jean, que era tido como morto, ressurge repentinamente um dia em Lyon, onde Michel montou uma alfaiataria, em franco progresso. No início, Michel duvida de que Jean seja mesmo seu irmão, mas este revela fatos que afinal o asseguram de sua identidade.

Na atmosfera familiar, no entanto, o irmão torna-se fator de inquietação, pois é cada vez mais difícil não perceber a atração de Lena por ele – e que é correspondida.

Com delicadeza, a diretora amarra esta ebulição de paixões íntimas, sem deixar de sublinhar sua subordinação a compromissos políticos – Jean, que veio com um companheiro, Sacha (Clément Sibony), tem uma missão secreta. É tentando decifrar o que levou ao silêncio sobre o tio que Anne se torna o fio condutor da narrativa, que une o público e o privado de maneira sutil e envolvente.

(Por Neusa Barbosa, do Cineweb)

* As opiniões expressas são responsabilidade do Cineweb

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