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Elijah Wood vive pianista atormentado no suspense "Toque de Mestre"

2 abr 2014 - 19h11
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"Toque de Mestre", como tantos outros, é um suspense que aspira ao adjetivo hitchcockiano - uma referência ao diretor britânico Alfred Hitchcock e sua dinâmica de suspense e tensão. Aqui, o espanhol Eugenio Mira se esforça e, trabalhando a partir de um roteiro de Damien Chazelle ("O Último Exorcismo - Parte 2"), cria uma trama claustrofóbica e engenhosa. Talvez claustrofóbica e engenhosa demais, na verdade.

Elijah Wood - tentando deixar o Frodo de "Senhor dos Anéis" para trás - é um pianista clássico de sucesso mundial chamado Tom Selznick. Ele volta aos palcos depois de cinco anos, um período em que viveu com sua mulher, a estrela de cinema Emma (Kerry Bishé), cuja carreira está em mais evidência do que a dele.

O que fez o músico sair de cena é um trauma envolvendo uma peça chamada "La Cinquette" - criada por seu protetor, que morreu há alguns anos, e que só pode ser executada no piano que ele deixou.

Depois de algumas inseguranças, Tom senta-se ao piano novamente. Não vai tocar a tal peça, mas, ainda assim, o teatro está lotado. Num dos camarotes, sua mulher chega a chamar mais a atenção do que ele. Assim que começa a primeira música, o pianista encontra um aviso na partitura. Começa um jogo de gato e rato entre ele e uma voz (John Cusack), numa escuta que Tom é obrigado a usar no ouvido.

O sujeito atende pelo nome de Clem e promete matar a mulher de Tom, se não for satisfeita sua exigência: que o rapaz toque "La Cinquette". Aos poucos, o motivo é revelado - mas, antes disso, há assassinatos, desconfianças e jogos duplos. A maior parte da ação se passa durante a apresentação de Tom. O público do teatro teme que mais um ataque dos nervos o faça abandonar o palco no meio do concerto. Já o público do cinema sabe a razão de tanto nervosismo do pianista.

Como em "Por um fio", de Joel Schumacher, a ação de "Toque de Mestre" concentra-se num único ambiente. Boa parte do suspense decorre exatamente da impossibilidade de o protagonista agir.

Tom está preso ao seu piano - até porque crê que sua mulher está sob a mira de uma arma - e tem que executar a peça inexecutável. A tensão se dissipa uma vez que a motivação de Clem é revelada. A partir daí, a trama caminha com certa previsibilidade, desmontando o suspense que construiu até então.

(Por Alysson Oliveira, do Cineweb)

* As opiniões expressas são responsabilidade do Cineweb

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