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ESTREIA–“Tim Maia” retrata ascensão e queda do famoso cantor carioca

29 out 2014 - 16h18
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-de onde Roberto decolou para a fama.

Cena do filme "Tim Maia".
Cena do filme "Tim Maia".
Foto: PapricaFotografia / Reuters

Roberto Carlos, aliás, tem tudo para se sentir incomodado pela maneira como é retratado no filme --e que obedece, segundo o diretor e corroteirista (com Antônia Pellegrino), a informações constantes da biografia de Maia assinada por Nelson Mota, “Vale-tudo – O Som e a Fúria de Tim Maia”. No filme, registram-se várias tentativas frustradas de contato de Tim com o agora famoso amigo que, quando finalmente encontrado, esnoba-o por um bom tempo.

Este é, em todo caso, apenas um dos muitos tropeços na acidentada trajetória do cantor, que passaria um tempo nos Estados Unidos, apenas para envolver-se no roubo de um carro e uso de drogas que lhe garantiriam um período na cadeia e uma deportação.

De volta ao Brasil, ele recomeça tudo. Agora interpretado por Babu Santana, vai parar na casa de Fábio (Cauã Reymond) – um personagem fictício, que é uma colagem de várias pessoas que passaram pela vida do cantor e funciona como narrador.

Daí em diante, vêm o sucesso, as drogas, os altos e baixos emocionais, o casamento instável com Janaina (Alinne Morais, também uma fusão de várias mulheres da vida dele), a decadência profissional (houve uma época em que ninguém sabia se ele ia aparecer nos poucos shows que conseguia) até a morte.

São muitas situações complexas e o filme tenta abarcar essas passagens de tempo com diversos cenários de reconstituições de época, em que se sucedem penteados e figurinos, em geral, bem cuidados --marca da direção de arte de Claudio Amaral Peixoto, numa produção com orçamento de 10 milhões de reais.

Se o casting do protagonista é perfeito, nem sempre o acerto se repete com outros personagens --o que é o caso de Mallu, que interpreta numa rápida cena, mas nem se aproxima do que foi a verdadeira Nara Leão (embora tenha uma voz bonita).

Não haveria mesmo forma de dar conta de todo o turbilhão que representaram Tim Maia e sua época. Mas pelo menos o filme é eficiente em não satanizar os aspectos mais controversos de sua personalidade, o que é um mérito de seus dois excelentes intérpretes.

Babu Santana até se arrisca, e se dá bem, interpretando com a própria voz algumas canções, como “Ela partiu”, “Sossego”, “Azul da cor do mar” e “Não quero dinheiro”. Nessas horas, parece até que o verdadeiro Tim baixou nele.

(Por Neusa Barbosa, do Cineweb)

* As opiniões expressas são responsabilidade do Cineweb

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