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"Tenho uma história de amor com a Berlinale", diz diretor de 'Tropa'

11 fev 2011 - 11h28
(atualizado às 11h41)
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Julia Dócolas
Direto de Berlim

Três anos depois de ganhar o Urso de Ouro, prêmio mais importante do Festival de Berlim, com Tropa de Elite, o cineasta carioca José Padilha retorna ao evento para apresentar Tropa de Elite 2 - O Inimigo Agora é Outro. Ao lado de Wagner Moura e Maria Ribeiro, o diretor afirmou nesta sexta-feira (11) estar feliz por retornar à capital alemã, pelo fato da Berlinale não ser um evento restrito não apenas a cineastas e produtores, mas para o público de Berlim, que gosta muito de cinema.

"Amo Berlim, amo o festival e quem faz o festival. Tenho uma história de amor com a Berlinale", confessou Padilha, no começo da tarde chuvosa desta sexta.

A sequência de Tropa de Elite - que conta com a maior bilheteria da história do cinema brasileiro - participa da mostra Panorama e será apresentada ao público nesta noite.

"Estar em Berlim de novo, especialmente com esse filme, que é um sucesso na America Latina e trata de um tema tão importante na sociedade brasileira, é muito bom. Estamos ansiosos para ver como o público vai pensar. Pois pra nós, a realidade do filme é muito óbvia. A forma que outros públicos podem interpretar o filme pode ser bem diferente", contou Wagner Moura, que veio à coletiva de óculos escuros.

Questionado por um jornalista africano se o filme retrata o fracasso do governo Lula, Padilha foi enfático que o governo falhou sim em terminar com a corrupção.

"Muita gente do governo Lula, pessoas muito próximas a ele, participaram de esquemas de corrupção, como o mensalão, e vão enfrentar o tribunal. Lula saiu ileso e com uma popularidade altíssima por ter sucedido em outras áreas. Muitas pessoas de classes baixas hoje pertencem à classe média graças as suas políticas econômicas", falou.

Questões políticas continuaram presentes no bate-papo. No contexto da prisão e consequente ausência do cineasta Jafar Pahani, Padilha criticou a atitude de Lula com o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad.

"Eu me envergonho que o Brasil tenha apoiado o Ahmadinejad. A nova presidente, mesmo sendo do partido do Lula, pelo menos já terminou com essa relação. Agora a tarde vai haver uma passeata em nome do Pahani, e eu vou estar lá", afirmou.

Apesar do tom sério da conversa, no final da coletiva, Maria Ribeiro, representante feminina da história, foi perguntada sobre a reação das mulheres sobre sua personagem. Bem-humorada, respondeu:

"Elas dizem que eu sou louca de ter largado o Capitão Nascimento. Aí eu explico que ele era um péssimo marido. Mas a popularidade do Wagner é mais forte. Digo que o outro marido é melhor, pois o que a Rosane quer é uma maternidade responsável. No primeiro filme, ela tenta salvar o casamento. No segundo, com o filho, a prioridade é ele, a família. Eu também penso assim."Tropa de Elite 2 - O Inimigo Agora é Outro estreia nesta sexta-feira às 18h (15h no horário de Brasília), no Friedrichstadtpalast.

José Padilha apresenta 'Tropa de Elite 2' em Berlim
José Padilha apresenta 'Tropa de Elite 2' em Berlim
Foto: Julia Dócolas / Especial para Terra
Fonte: Especial para Terra
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