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Em debate, Reichenbach diz que cinema deixou de ser popular

24 nov 2010 - 20h28
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O cineasta Carlos Reichenbach, grande homenageado do 43º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, participou na manhã desta quarta-feira (24) de um debate sobre sua carreira e o filme Lílian M: Relatório Confidencial, que abriu o festival na noite de terça, em cópia restaurada.

No debate, "Carlão" lembrou que o filme de 1975 foi visto por 500 mil pessoas quando chegou aos cinemas. "Sou de um tempo em que ingresso de cinema custava o mesmo que uma passagem de ônibus. Cinema deixou de ser popular. Virou diversão para a classe média", disse. O cineasta falou ainda que no começo da carreira queria ser roteirista, influenciado pelo amigo, e criador do Festival de Brasília Paulo Emílio Salles Gomes. "Ele era encantado com pensadores libertários. Tinha uma biblioteca enorme. Passava pra mim os livros que não emprestava pra ninguém", lembrou.

Reichenbach se emocionou ao lembrar de uma anedota sobre o filme. Em 1976 ele foi avisado que a atriz Célia Benenutti, que intepretou a protagonista de Lilian M, ia ganhar o prêmio Coruja de Ouro de melhor atriz do ano, no Rio de Janeiro. "Um jurado do prêmio me disse: vá ao Rio e leve sua atriz. Eu, sem dinheiro pra gasolina, dei um jeito e fui. No Palácio do Catete, todo austero, eu de terno, percebo que o premio (Coruja de Ouro) não era para ela. Fiquei p... Voltar pra São Paulo foi tão difícil. Assim, a homenagem aqui em Brasília foi uma lavagem de alma", afirmou.

O cineasta de 65 anos relembrou fatos curiosos da produção do filme "Lilian M: Relatório Confidencial"
O cineasta de 65 anos relembrou fatos curiosos da produção do filme "Lilian M: Relatório Confidencial"
Foto: Divulgação
Fonte: Redação Terra
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