Festival do Rio 2008

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Festival do Rio 2008

Quinta, 2 de outubro de 2008, 18h30 Atualizada às 18h39

"Selton Mello fez um filme necessário", diz protagonista

Marcelo Lyra
Direto do Rio

O ator Leonardo Medeiros, o Elias da novela global A Favorita, é o protagonista do filme Feliz Natal, dirigido pelo ator Selton Mello, exibido na noite desta quarta-feira no Festival do Rio 2008.

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Ele interpreta um homem que volta à sua cidade depois de um período ausente, justamente para a tal festa de Natal, mas nem todos ficam felizes ao revê-lo. Aos poucos o espectador descobre que alguma coisa trágica o fez abandonar o lugar.

Leonardo ficou surpreso com a boa repercussão junto ao público, que ocupou os 800 lugares do Cine Palácio (dezenas de pessoas sentaram no chão). Depois da exibição, ele concedeu uma entrevista exclusiva ao Terra.

Você sempre viu o Selton Mello como colega de trabalho. O que achou dele como diretor?
É muito emocionante assistir ao filme pronto, com o público, ver ele surgindo na tela como diretor, mostrando suas idéias, sua sensibilidade e seu jeito de contar uma história. Posso dizer que ele é um grande ator que se revelou um bom diretor. O fato de ele ser ator facilitou nosso diálogo, houve muita troca de experiências na hora de discutir como seria compor o personagem. Vendo-o no palco, tão emocionado ao mostrar esse resultado de tanto trabalho, foi uma experiência muito significativa para mim.

Durante as filmagens, ele era muito exigente?
Ele era muito preocupado com o todo. Ele não chega para você e diz exatamente o que você tem que fazer. O Selton prefere conversar muito antes, mas é muito exigente com o clima que tem que ser atingido, da emoção que ele quer colocar na tela. É uma direção muito mais subjetiva do que objetiva.

Seu personagem é muito calado, nada é muito claro, temos que perceber o que aconteceu com ele por meio de indícios como a atitude do pai ou dos amigos em relação a ele, quase como um quebra-cabeça.
O Selton propõe um diálogo, alguma dificuldade, ele pede mais atenção ao espectador. Nesse sentido, é um filme necessário. O cinema anda muito passivo, dando tudo muito explicadinho ao espectador, sem que ele tenha que pensar. Essas pontas soltas, não mostradas, essa coisa misteriosa, das possibilidades que a história abre, são muito instigantes, eu gosto muito disso num filme. Eu não via um filme assim há muito tempo.

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