Marcelo Lyra
Direto do Rio de Janeiro
Vingança, filme de estréia do diretor Paulo Pons, conseguiu levar um bom público ao Cine Odeon, mas ao final, a sensação foi de frustração. Os aplausos foram bem modestos, principalmente se levarmos em conta que havia muitos convidados na platéia.
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A trama confusa (lembra um Abril Despedaçado urbano), sobre um homem obrigado pelo sogro a matar o estuprador da sua noiva, deixa o espectador tão confuso quanto o próprio noivo, que logo no início ataca a pessoa errada.
O crime ocorreu em uma pequena cidade no interior do Rio Grande do Sul, mas o estuprador foi localizado, seis meses depois, em pleno Rio de Janeiro porque a vítima viu sua foto em um jornal.
É quase um film noir, já que muitas questões ficam no ar: Por que a foto de um estudante de oceanografia sairia em um jornal do interior? Se havia uma foto, porque o noivo tinha tanta dúvida? O que uma noiva do interior fazia com um desconhecido à beira do rio? Por que o noivo não matou logo o homem que confundiu com o estuprador no início? Por que todos os amigos garantem que o estuprador estava na Austrália na época do crime, se ele não estava? O que faz uma noiva do interior, traumatizada, circulando solitária e desenvolta pelos aeroportos do Rio de Janeiro?
Para piorar, a narrativa é lenta, os atores não conseguem envolver o espectador e os diálogos beiram a ingenuidade. Chega a causar espanto que um roteiro assim tenha sido selecionado em editais públicos (o filme recebeu dinheiro via Lei do Audiovisual).
Redação Terra
Divulgação
Bárbara Borges está no elenco de Vingança
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