Festival do Rio 2008

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Festival do Rio 2008

Sexta, 3 de outubro de 2008, 20h15 Atualizada às 20h15

"Lembrou o início da minha carreira", diz Santoro sobre 'La Leonera'

Marcelo Lyra
Direto do Rio

O ator Rodrigo Santoro participa do Festival do Rio com o filme La Leonera, produção argentina dirigida por Pablo Trapero. Ele aproveitou a estada na capital carioca, em meio a uma agenda lotada de compromissos internacionais, para assistir a filmes de amigos, como Feliz Natal, de Selton Mello, quando declarou, após a sessão, que adoraria participar do próximo trabalho dele.

Cumprindo a agenda de divulgação de La Leonera, Santoro recebeu a reportagem do Terra, acompanhado pelo diretor e sua mulher, Martina Gusmán, que é a atriz principal do filme.

Sua carreira nos Estados Unidos está em franca ascenção, especialmente agora que você tem um papel de destaque em Che, do prestigiado diretor Steven Soderbergh. Como surgiu a possibilidade de atuar em um filme argentino?
Eu tinha estudado espanhol para viver o Raúl Castro (irmão de Fidel) no filme do Soderbergh. Durante as filmagens, o Walter Salles (diretor de Linha de Passe) me sugeriu que eu participasse do La Leonera, do qual ele é produtor. Eu já tinha ouvido falar muito no diretor Pablo Trapero e resolvi assistir a alguns de seus filmes, como Do Outro Lado da Lei (lançado em DVD no Brasil). Adorei seu estilo de filmar e na mesma hora decidi que queria trabalhar com ele, pois senti que poderia aprender muito.

Como você se preparou para a filmagem?
Esse foi meu maior problema. Havia apenas uma semana de intervalo durante as filmagens de Che, e tínhamos que aproveitar esse tempo. O Trapero topou e assim resolvemos que eu faria seis dias de filmagem e um primeiro dia só para conhecer a equipe e me ambientar.

Como é sair de uma mega-produção de Hollywood, como Che, ou mesmo a anterior 300, de Zack Snyder, e encarar uma produção argentina pequena, como La Leonera?
É uma questão de concentração. Na verdade, às vezes é mais fácil trabalhar na produção pequena. Em 300, por exemplo, havia cenas em que eu contracenava com criaturas digitais. Era muito estranho, pois eu tinha que falar com o vazio e depois, na pós-produção, eles inseriam uma criatura naquele lugar. Tinha que ter uma concentração parecida com a do teatro, onde a gente precisa imaginar coisas que não estão lá. Já na produção de La Leonera, está todo mundo muito focado no filme, todos próximos. Assim que eu cheguei em Buenos Aires, pude conversar com a atriz, com o diretor, me familiarizar com tudo, era como uma família. Me lembrou muito o início da minha carreira, Bicho de Sete Cabeças, o primeiro filme que fiz, que também era uma produção desse porte, pequena, mas com uma boa estrutura.

Eu acompanhei as filmagens de Bicho de Sete Cabeças na época, e lembro que você teve uma preparação cuidadosa antes do início das filmagens. Chegou a aprender a andar de skate e estudou o modo dos jovens falarem. Como foi atuar num filme onde você chegou de repente, quase sem preparação?
Só foi possível porque a produção me deu muita atenção, para me situar. Todos me ajudaram muito. Eu gosto desse tipo de trabalho. Na verdade, eu me interesso por qualquer trabalho que represente um aprendizado, que possa acrescentar algo na minha carreira.

No filme você aparece de cabelos ora compridos, ora curtos, como isso foi feito?
Eles tinham um cabeleireiro muito bom. Quando estou de cabelos compridos, na verdade se trata de uma peruca. Mas é tudo muito bem feito, o cara é um artista.

E em relação à língua, como você fez para falar espanhol como um argentino?
Como eu tinha dito, já estava estudando espanhol, para viver o Raúl Castro. Trabalhei duro para falar espanhol. Acontece que aprendi o espanhol cubano, que é mais cantado, tem palavras e sotaque bem diferente. Mas de qualquer forma, o meu personagem em La Leonera não é argentino. Ele é um estrangeiro, de algum país de língua espanhola.

Você acaba de filmar O Som e a Fúria, minissérie para a TV do Fernando Meireles, diretor de Ensaio Sobre a Cegueira, e que deve ser exibida pela Globo no fim do ano. Como foi esse trabalho?
Eu adorei, foi muito divertido. Pretendo fazer mais comédias, pois a gente se diverte muito nesse tipo de trabalho.

Quais são seus novos projetos?
Estou me preparando para viver um jogador, o Heleno de Freitas, craque dos anos 40 no filme Heleno, de José Henrique Fonseca. Nesse filme vou poder me preparar bem. Já estive no Vasco da Gama treinando, vivendo a rotina de um jogador. Sempre joguei futebol com os amigos, mas agora vou aprender jogadas de futebol.

E em Hollywood?
Tenho alguns projetos engatilhados, mas sobre esses eu não posso falar.

Especial para Terra

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