Festival do Rio 2008

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Festival do Rio 2008

Domingo, 5 de outubro de 2008, 14h05 Atualizada às 14h06

Cauã Reymond se viciou em cigarro para viver jornalista

Marcelo Lyra
Direto do Rio de Janeiro

O ator Cauã Reymond estava visivelmente nervoso antes do início da sessão, no Cine Palácio, neste sábado. Ia de um lado para outro, ao lado da namorada, Grazi Massafera, e procurava receber os pais, amigos e familiares, que vieram assistir à estréia no Festival do Rio do filme E Se Nada Mais Der Certo?, produção paulista do diretor brasiliense José Eduardo Belmonte, que chega aos cinemas em março.

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Após a exibição, em meio a um intenso assédio de fãs, Cauã concordou em dar uma entrevista exclusiva ao Terra.

Você faz o estilo "geração saúde", gosta de malhar e pegar praia. Como foi fazer um jornalista decadente, que bebe e fuma muito?
Eu sou profissional e gosto de me preparar para o papel. O cinema permite uma preparação mais cuidadosa, um estudo do personagem. O mais difícil foi parar de fazer exercícios físicos, que eu adoro fazer.

Porque era necessário parar?
Porque não era a realidade do personagem, um jornalista envolvido com um submundo de drogas. Ele era um perdedor, sempre de barba por fazer, sempre cercado de contas a pagar e patrões que não pagam suas matérias. Tinha a questão física, eu não podia parecer tão saudável, e o lado psicológico, de sair desse universo de malhação.

E em relação ao cigarro?
Eu não fumo e tive que aprender a fumar. Isso foi opção minha, o diretor não me pediu isso. Mas eu percebi que não dá para fingir que está fumando, você engasga, tosse. É preciso fumar de verdade. Beber então, eu quase não bebia. Só tomei um porre uma vez, na faculdade.

Em geral essas coisas viciam. Você conseguiu não se viciar?
Quanto à bebida sim, não houve o menor problema, pois é uma coisa que eu não curto. Já o cigarro eu parei, mas é mais complicado. Até hoje, se eu vejo alguém fumando, vem aquela vontade, é impressionante.

Você disse que teve uma preparação cuidadosa para compor o personagem. Quanto tempo você investiu? Como foi?
Fizemos um trabalho de ensaio longo, pouco mais de um mês, sempre acompanhado pelo diretor. Era todo dia, com leitura de texto, ensaios. Durante esse período, fiquei em São Paulo. Combinamos que eu não voltaria para casa nesse período, para não quebrar essa ambientação, tanto em relação à cidade quanto ao personagem.

Foi uma filmagem curta para os padrões do cinema. Apenas quatro semanas, quando a maioria dos filmes leva pelo menos oito. Nesse ritmo, dava tempo de cuidar desses detalhes?
Na hora de filmar não. Mas durante a preparação, discutimos muito todos os detalhes, a questão do comportamento, do gestual. Mas durante a filmagem, o Belmonte prefere não ficar muito em cima. Ele manda filmar.

Como surgiu o convite para fazer esse filme?
O Belmonte estava procurando um ator que se encaixasse no perfil do personagem. Ele tinha trabalhado em dois filmes com a atriz Suzane Mulholland, que trabalhou comigo em Falsa Loira, do Carlos Reichenbach. Quando ele assistiu a esse filme, resolveu me chamar para uns testes e acabou me escolhendo.

Especial para Terra

Marcio Nunes/Photo Rio News
 Grazi Massafera e Cauã na sessão de <I>E Se Nada Mais Der Certo?</i>
Grazi Massafera e Cauã na sessão de E Se Nada Mais Der Certo?

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