Festival do Rio 2008

› Diversão › Cinema e DVD › Festival do Rio › Festival do Rio 2008

Festival do Rio 2008

Segunda, 6 de outubro de 2008, 13h37 Atualizada às 14h36

"Foi uma ótima surpresa", diz Malu Mader sobre atuação da sobrinha

Marcelo Lyra
Direto do Rio

A atriz Malu Mader freqüentou bastante o Festival do Rio, mas sempre entrava e saía rapidamente sem falar muito com a imprensa, mesmo após a exibição do ótimo documentário sobre os Titãs, que tem a participação de seu marido, Tony Belloto.

» Veja fotos da estréia
» Sobrinha da atriz Malu Mader estréia longa-metragem feito por universitário
» Confira os indicados
» Veja a programação

Na noite deste domingo, após a exibição de Apenas o Fim, do estreante Matheus Souza, estrelado por sua sobrinha Érika Mader (que teve uma atuação elogiada pelos críticos presentes), ela aceitou conversar com a reportagem do Terra.

Emocionada e ainda com os olhos vermelhos de quem havia chorado durante a sessão, a atriz comentou o filme, que narra a história de um casal, onde a garota decide terminar o namoro.

Como é ver uma menina que você pegou no colo, transformada em uma atriz segura ao ponto de arrancar aplausos do público?
É maravilhoso. Sempre achei que ela tinha talento, mas assistir a um desempenho tão seguro e ouvir todo o cinema aplaudindo assim, foi emocionante. Chorei ao final do filme. Estou apaixonada pelo filme. Além de eu ser uma "tia coruja", fiquei impressionada porque o filme exige muito do ator, pois é muito dialogado.

Você dava conselhos sobre o trabalho de ator?
Olha, a Érika sempre foi mais de ouvir, ela não é de falar muito não, ao contrário de mim, que falo bastante (risos). Nós sempre conversamos muito sobre atuações, discutíamos sobre esse ou aquele estilo, mas ela sempre é mais na dela, está sempre ali no quarto, estudando. Desta vez especialmente eu notei que durante esse trabalho ela estava mais quietinha, no canto dela, não me falava nada, como se estivesse muito feliz com o trabalho. Conhecendo-a bem, acho que ela estava se sentindo segura e queria fazer uma surpresa. Queria mostrar do que ela era capaz.

E o que você achou de Apenas o Fim?
Ah, foi uma ótima surpresa. É um filme que mesmo sem recursos, feito por estudantes da PUC (Pontifícia Universidade Católica), conseguiu criar um clima eficiente. Você percebe que os diálogos são bons, ficam bem na boca das pessoas. Não é aquela coisa artificial.

Você já tem tantos filmes na carreira, conhece bem o cinema. O que mais a impressionou nesse filme, em termos de direção?
Eu acho que a direção é muito sensível. O Matheus pega uma situação muito comum a todo ser humano, que é esse choque de um dos dois resolver terminar um namoro de repente, quando o outro está apaixonado, e faz uma história comovente, sem ser piegas, sem fazer dramalhão. Todo mundo já passou por isso de uma forma ou de outra, ou estando na situação dela que resolve terminar o namoro do nada, ou dele, que fica sem ação com a atitude dela. O filme emociona, mas também faz rir muito.

Os dois atores são bons, mas o importante é que houve uma química entre eles, a relação é convincente.
Sim, eu já conhecia o Gregório (Gregório Duviver) do teatro e do filme Podicrer, onde eu e a Érika trabalhamos, mas desta vez ele se superou. E a Érika me surpreendeu pela maturidade, pois ela tem uma enorme responsabilidade. Ela nunca tinha sido protagonista e mostrou muita segurança. Ela está apta a encarar essa responsabilidade.

O filme lembra trabalhos do Domingos de Oliveira ou Woody Allen, no sentido de construir situações em função dos diálogos.
Uma coisa que como atriz eu aprecio bastante é essa capacidade que alguns filmes têm de fazer você esquecer que aquilo está sendo filmado. Isso é uma coisa difícil de conseguir. Isso vem dos atores, mas muito também da direção. É um trabalho de roteiro também. Se o ator recebe um roteiro com falas toscas, não há como mudar, o resultado não fica bom. Pegue por exemplo um filme como Cidade de Deus. A força dele vem desses diálogos bem escritos e que soam como reais na boca dos atores. É como se estivesse mesmo acontecendo. É isso que envolve as pessoas e o Matheus conseguiu criar isso muito bem.

Especial para Terra

André Müzell/Photo Rio News
Malu Mader e sua sobrinha Érika no Festival de Cinema do Rio
Malu Mader e sua sobrinha Érika no Festival de Cinema do Rio

Busque outras notícias no Terra