Diretor de 'Verônica' valoriza o papel do professor

O diretor Maurício Farias apresentou na noite desta segunda-feira o sensível Verônica, estrelado por Andréa Beltrão, sobre uma professora primária que se vê com a custódia de um menino jurado de morte por traficantes e policiais corruptos. Ele conversou com a reportagem do Terra depois da sessão, última da mostra competitiva do Festival do Rio.

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O que o levou a querer contar essa história?
O contraste entre a sociedade organizada e a outra, onde o Estado não chega. No filme, a professora resolve tomar conta de uma criança que os pais não foram buscar na escola, coisa que não poderia fazer por determinação do Juizado de Menores. Mas escolas que servem a comunidades carentes não podem oferecer a segurança das escolas particulares aqui no Rio. Às vezes os professores têm que tomar decisões como essa, assumir o papel do Estado.

O roteiro é baseado em alguma dessas situações reais especificamente?
Não, mas eu e o Bernardo Guilherme (co-roteirista) fomos às favelas conversar com os professores e ouvimos várias histórias desse tipo para construir a trama. Os professores são importantíssimos para ajudar essas crianças, dar esperança.

A atriz Andréa Beltrão aparece nos créditos como co-responsável pela criação dos diálogos - ela deu sugestões durante as filmagens ou ajudou a escrever o roteiro?
Gosto que os atores dêem palpites no set, mas a Andréa ajudou a escrever, trabalhou direto durante a fase de roteirização. Ela é uma grande atriz e tem facilidade com a construção dos diálogos.

Ela também está no elenco de A Grande Família, a série que você dirige, além do longa metragem baseado na série. Como conseguiu fazer esse filme, no período de férias do programa?
Emendei direto as gravações do longa de A Grande Família com este filme, que foi de baixo orçamento, feito a partir de um apoio do BNDES de RS$ 500 mil. Só depois a Globo entrou como co-produtora.