Festival do Rio 2008

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Festival do Rio 2008

Sexta, 10 de outubro de 2008, 13h11 Atualizada às 13h16

Festival do Rio: premiação coerente escorrega no documentário

Marcelo Lyra
Direto do Rio de Janeiro

Tido como o grande favorito pelo público, que o aplaudiu em várias sessões, o filme de Selton Mello, Feliz Natal, não ganhou presente no Festival do Rio 2008. Mas não há o que reclamar, pois apesar dos bons momentos, ele não chega a ser um grande filme. O júri foi ousado ao premiar E Se Nada Mais Der Certo, de Eduardo Belmonte, um filme criativo, que conduz o espectador com habilidade em uma viagem por um universo de perdedores. O prêmio de melhor direção para Matheus Nachtergaele também foi acertado, embora houvesse outros bons diretores no páreo. É preciso reconhecer que para um estreante, Matheus mostrou personalidade e segurança.

Em relação aos atores, nada a reclamar. Daniel Oliveira realmente é a alma do filme de Matheus, embora seja preciso reconhecer que Cauã Reymond teve uma atuação surpreendente no filme de Belmonte e deve amadurecer muito como ator depois dessa experiência.

O prêmio de melhor atriz para Caroline Abras era uma dos mais esperados. Ela interpreta um rapaz (que na verdade esconde que é mulher) de forma convincente.

O prêmio de menção honrosa para Apenas o Fim, é um reconhecimento para um trabalho limitado, mas com alguma criatividade, boas atuações e algumas cenas boas. Por exemplo a que mostra uma tela dividida, com o rapaz ficando só de um lado, em preto e branco (no passado) e a menina indo embora no quadro colorido (com um futuro pela frente). Já o prêmio de público para um filme carioca não impressiona. Geralmente significa que havia mais amigos na platéia.

A maior ressalva é mesmo o prêmio para o documentário Jards Macalé - Um morcego na porta principal, de Marco Abujamra e João Pimentel. Macalé é uma figura muito interessante, mas o filme é quadradão, usando o formato clássico e batido de alternar entrevistas com imagens de Macalé. Além do excesso de entrevistas, que quebra o ritmo, os diretores não conseguiram encontrar uma linguagem em sintonia com o retratado, ao contrário dos superiores Titãs, a Vida Parece uma Festa; e Loki, biografia do Mutante Arnaldo Batista.

Em todo caso, apenas um escorregão em meio a uma premiação coerente, não tira o brilho da festa.

Confira os premiados nas principais categorias do Festival do Rio:

Melhor Longa-Metragem Ficção
Se Nada Mais Der Certo, de José Eduardo Belmonte

Melhor Longa-Metragem Ficção Voto Popular
Apenas O Fim, de Matheus Souza

Melhor Direção
Matheus Nachtergaele, por A Festa da Menina Morta

Melhor Ator
Daniel de Oliveira, por A Festa da Menina Morta

Melhor Atriz
Caroline Abras, de Se Nada Mais Der Certo

Melhor Longa-Metragem Documentário
Estrada Real da Cachaça, de Pedro Urano

Melhor Longa-Metragem Documentário Voto Popular
Loki - Arnaldo Baptista, de Paulo Henrique Fontenelle

Prêmio Especial de Júri
Marco Abujamra e João Pimentel, por Jards Macalé - Um morcego na porta principal

Especial para Terra

Tony Andrade/Photo Rio News
Cauã Reymond vibra ao ver que <I>E se Nada Mais Der Certo</i> ganhou prêmio de melhor filme de ficção
Cauã Reymond vibra ao ver que E se Nada Mais Der Certo ganhou prêmio de melhor filme de ficção

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