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'Cabeça a Prêmio' encerra competição de filmes brasileiros

6 out 2009 - 02h59
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Cabeça a Prêmio, longa-metragem que marca o encerramento da mostra de filmes em competição no Festival do Rio, estreou nesta quarta-feira no Cine Odeon com sala lotada. Atores como Sérgio Marone, Giulia Gam e Guilherme Fontes estiveram presentes para conferir a estreia de Marco Ricca na direção.

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Antes da apresentação do filme, Ricca pediu que a plateia louvasse Mercedes Sosa, que morreu no último domingo aos 74 anos. A cantora argentina interpreta a canção Cristal, tocada num dos grandes momentos do filme.

Nem de longe Cabeça a Prêmio parece trabalho de um diretor estreante. O filme é denso, repleto de planos abertos que são usados para dar mais força aos personagens, um triunfo de Ricca. Talvez o trabalho como ator deve tê-lo ajudado a conduzir melhor aqueles que estão diante das câmeras.

O filme é uma adaptação da obra do escritor Marçal Aquino, que carrega o mesmo nome. Conta a história da família Menezes, liderada pelos irmãos Mirão (Fúlvio Stefanini) e Abílio (Otávio Müller), poderosos fazendeiros do centro-oeste. Os personagens entram em crise quando Eliane (Alice Braga), filha de Mirão, se envolve com o piloto de avião da fazenda, Denis (Daniel Hendler) e fogem juntos. A família envia Brito (Eduardo Moscovis) e Albano (Cássio Gabus Mendes) para persegui-los.

Essa trama dá início a uma série de desentendimentos que vão desconstruindo os protagonistas. Parte da atmosfera criada por Ricca está na confiança que deu aos atores. Nem é preciso falar com o diretor para saber que eles tiveram total liberdade para compor seus papeis. Apesar da atmosfera tensa, é visível que eles estavam à vontade em cena e isso é um ponto a a favor do longa.

Outra boa escolha de Ricca foi escolher José Roberto Eliezer (conhecido por Encarnação do Demônio, de José Mojica Marins) para fazer a fotografia. Um salve também para a singela participação de David Cardoso, o rei da pornochanchada, que foi escolhido pelo fato de ser do Mato Grosso do Sul, onde a maior parte do filme se passa.

Cabeça a Prêmio foi feito com incentivo do pólo cinematográfico de Paulínia e, por conta disso, teve cenas rodadas no local. Mas a produção não parou por aí: eles estiveram também nas cidades de Campo Grande, Corumbá, Sidrolândia e na fronteira com a Bolívia.

Agora que Marco Ricca já enfrentou seu primeiro desafio, começa uma das piores partes: distribuí-lo comercialmente pelo Brasil. O Festival do Rio deve dar uma ajudinha neste processo.

'Cabeça a Prêmio': boa recepção no Festival do Rio
'Cabeça a Prêmio': boa recepção no Festival do Rio
Foto: Divulgação
Fonte: Terra
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