Retomada pessoal de Arnaldo Jabor abre o Festival do Rio
- Carol Almeida
Na próxima quinta-feira (23), o Festival do Rio abre sua nova edição com o novo filme de Arnaldo Jabor, A Suprema Felicidade. O "novo" que se antecede ao nome do cineasta faz jus ao significado que a palavra encerra. Afinal de contas, é com este filme que Jabor, hoje mais conhecido como cronista do mundo tal como ele o enxerga, volta a fazer aquilo que, de fato, o projetou para além da (então) máquina de escrever. A Suprema Felicidade é a primeira cria depois de um hiato de 17 anos sem que Jabor assinasse qualquer filme.
Nos anos 1970 e 80, o nome do atual cronista circulava por quem fazia, assistia e discutia o cinema nacional. Levando-se em conta que estamos falando dos anos antes da chamada "retomada", isso significa que Jabor era popular em um círculo de pessoas bem mais restrito que àquele que depois passou a o escutar nas rádios, a vê-lo na TV e o lê-lo em artigos de jornais, contratado para tecer sua opinião sobre economia, política e assuntos que antes passavam longes por roteiros mais afeitos ao drama do homem comum e seus desamores.
Conhecido pela turma do cinema como o autor de marcos como Eu Te Amo (1981) e Eu Sei Que Vou Te Amar (1986), Jabor está de volta com uma história que, mais uma vez, quer falar de amor. E para isso toma com personagem principal Paulo, um menino cujo crescimento e amadurecimento será moldado por alguns personagens da rua e, particularmente, pelas relações familiares. E aí entram em cena o primeiro porre, a primeira festa e, claro, a primeira paixão.
No elenco do filme estão Marco Nanini, Dan Stulbach, Mariana Lima e Elke Maravilha. Três atores interpretam o protagonista em idades diferentes: Caio Manhente vive Paulo aos 8 anos, Michel Joelsas é Paulo aos 13 e Jayme Matarazzo é Paulo aos 19 anos.
A Suprema Felicidade chega às salas comerciais de cinema no próximo dia 29 de outubro.