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Protagonista de 'Lope': capitalismo é um atentado contra o amor

7 out 2010 - 07h32
(atualizado às 08h54)
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Carol Almeida
Direto do Rio

Alto, Alberto Ammann não precisa muito para se destacar na multidão. Conhecido agora como o ator protagonista de Lope, co-produção Espanha/Brasil que estreou no Festival de Veneza, ele esteve na noite desta quarta-feira (6) no Festival do Rio de Janeiro, para prestigiar a première nacional do filme que conta a história de um dos mais famosos poetas espanhóis e cuja direção é assinada pelo brasileiro Andrucha Waddington. Em rápida conversa com o Terra, o argentino que há mais de cinco anos vive na Espanha, falou um pouco sobre suas motivações para entrar nesse projeto sobre o poeta espanhol conhecido tanto pelos seus versos, como por suas conquistas amorosas. Confira abaixo.

Você já disse na Espanha que trabalhar em filmes de amor era uma maneira de responder a um sistema que combate o amor. Isso foi uma motivação para fazer Lope?
Acho que filmes de amor são um pequeno grãozinho de areia de algo que precisa ser mais explorado. Há histórias de amor que podem ser um pesadelo e há um outro tipo de filme de amor que reivindica a paixão, filmes em que se toma o amor a sério. E é esse último tipo de roteiro que mais me interessa. Acredito sim que esse sistema é um atentado contra o amor.

Quando você fala de sistema, se refere a algo específico?

Ao sistema capitalista como um todo. Ao sistema que pretende que o dinheiro seja mais importante que as pessoas. Um sistema que põe todos os valores, sentimentos e o que toca os corações dos seres humanos por baixo do dinheiro.

Algo no roteiro de Lope te lembrou o personagem de Joseph Fiennes em Shakespeare Apaixonado?
Quando li o roteiro, sim, havia uma certa semelhança. Mas creio que Shakespeare Apaixonado tem alguns momentos um pouco mais infantis. Nesse aspecto, Lope pretende ser um pouco mais sério. Apesar de ser um filme apto para todo tipo de público, Shakespeare Apaixonado tem alguns elementos mágicos, incluindo alguns personagens mais excêntricos. Creio que é aí que os dois filmes se distinguem um pouco.

Há algumas cenas de luta em Lope. Vocês fizeram muito "balé" e coreografias para essas filmagens?

Sim, muito balé, até porque eu, por exemplo, nunca havia segurado uma espada na minha vida. Tivemos que trabalhar muitas horas nisso.

A espada é tão pesada quanto parece?

Não, as do set são mais leves do que as espadas reais.

O que num roteiro te atrai para que você aceite fazer um filme?
Primeiro, preciso saber se tenho algo para dar ao personagem, se me vejo capaz de dar algo a ele. Segundo, claro, se a história me comove e me mobiliza a ponto de saber que ela vai gerar algo interessante. E terceiro penso no que posso aprender com o personagem.

Alberto Ammann é protagonista da coprodução 'Lope'
Alberto Ammann é protagonista da coprodução 'Lope'
Foto: Felipe Panfili / AgNews
Fonte: Terra
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