17 Anos

17 Anos é um drama familiar simples que se transforma num comovente estudo dos laços de família imutáveis e eleva o diretor Zhang Yuan ao primeiro escalão dos cineastas chineses, após uma década de trabalhos heterogêneos.

O filme começa com simplicidade, apresentando uma família média de quatro pessoas que vive nas vielas labirínticas de uma cidade do norte da China. Tanto o marido quanto a mulher (Liang Song e Le Yeding) estão vivendo seu segundo casamento, e suas duas filhas adolescentes não poderiam ser mais diferentes.

A mais velha, Xiaoqin (Li Yun), tem cabelos curtos, temperamento esquentado e gosta da idéia de trabalhar numa fábrica quando completar o segundo grau na escola. A mais jovem, Xiaolan (Liu Lin), de cabelos longos e gosto pelos estudos, sonha em ir à universidade para fugir das limitações da vida operária.

Uma discussão à toa sobre 5 iuans (60 centavos de dólar) que desaparecem ganha força quando pai e mãe defendem cada um sua própria filha, trazendo à tona as divergências latentes na família. Xiaolan leva a culpa pelo roubo. Sentindo-se injustiçada, enfrenta sua irmã numa viela e, num momento de raiva descontrolada, lhe dá uma paulada na cabeça. Xiaoqin morre no hospital, e a polícia leva Xiaolan presa.

Nesse momento a história avança para o presente, 17 anos mais tarde. Um pequeno número de detentas é autorizado a deixar a prisão durante o feriado do Ano Novo para visitar suas famílias, e Xiaolan é uma delas. Outra que está ganhando um breve feriado é a jovem carcereira Chen Jie (Li Bingbing).

Ninguém está esperando Xiaolan do lado de fora, e Chen Jie acaba se oferecendo para acompanhá-la até a casa dos pais. Após uma série de coincidências, as duas mulheres percorrem a cidade a pé e descobrem que a casa de Xiaolan foi demolida e seus pais se mudaram. Uma amizade profunda vai nascendo entre a determinada Chen Jie e a hesitante Xiaolan, enquanto elas percorrem um longo caminho em busca dos pais de Xiaolan.

Anos inteiros de sentimentos reprimidos encontram expressão no final intensamo, trata o perdão de uma forma nobre e comovente.