O cineasta britânico Iain Softley, cuja obra diversificada inclui Backbeat - Os Cinco Rapazes de Liverpool, As Asas do Amor e K-PAX - O Caminho da Luz, mostra que continua versátil com o suspense A Chave Mestra, uma bem montada história de assombrações que se passa em Louisiana, sul dos Estados Unidos.
Como o recente Água Negra, de Walter Salles, e Os Outros, de Alejandro Amenabar, a ênfase é muito mais no clima de suspense do que nos detalhes repulsivos, sendo que a produção inteira é dominada por um clima cada vez mais intenso de medo.
Ao final, porém, Chave Mestra não se mostra inteiramente convincente. Mesmo com seu final totalmente inesperado, os choques permanecem na superfície.
Abandonando seu lado espirituoso e bom astral em favor de algo mais sombrio e interessante, a atriz Kate Hudson atinge um novo grau de maturidade como Caroline Ellis, uma auxiliar de enfermagem que vai trabalhar e morar numa sinistra e decrépita casa de fazenda num lugar isolado do Delta do Louisiana.
A mansão é a residência de Violet Devereaux (a sempre confiável Gena Rowlands) e seu marido Ben (John Hurt), que ficou mudo e parcialmente paralítico em função de um derrame cerebral recente.
Mas Caroline, num primeiro momento destemida, não demora a desconfiar que exista uma presença adicional escondida atrás das muitas portas trancadas da mansão. Essa presença vai obrigá-la a rever suas crenças, normalmente pragmáticas e pé no chão.
Não faltam tradições e ambiente locais no roteiro em clima gótico assinado por Ehren Kruger (O Chamado), que carrega nas doses de superstições folclóricas.
Todo esse clima sulino é intensificado pela direção eloquente de Softley e as contribuições de sua confiável equipe técnica, que inclui o diretor de fotografia Dan Mindel (A Identidade Bourne) e o designer de produção John Beard.
Mas, apesar de tudo isso, a sensação final que o espectador tem é de decepção. O desfecho do filme não consegue deixar o público totalmente perplexo, e há poucos momentos anteriores à grande revelação que proporcionem aos espectadores o tipo de susto que eles esperam.
Em todo caso, o elenco é imbatível, incluindo Peter Sarsgaard como advogado que trabalha para o casal Devereaux e Joy Bryant como amiga de Caroline.
No papel de Violet, Gena Rowlands demonstra controle total sobre seu personagem, que vai se aproximando muito aos poucos de uma explosão, mas então se refreia no último instante. A produção teria feito bem em seguir o exemplo dessa experiente atriz.
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