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 A Bela do Palco

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Cena do filme Foto: Divulgação
Cena do filme Foto: Divulgação

No século 17, o cronista britânico Samuel Pepys observou com prazer que a mais bela mulher de Londres em 1660 era, na realidade, um homem.

Graças à proibição real de qualquer mulher aparecer no palco, o bonitinho ator Edward Kynaston faz grande sucesso representando todos os papéis femininos das peças de Shakespeare. O fim da proibição e suas repercussões para Kynaston e vários outros personagens da época formam a munição de um filme altamente divertido e igualmente inteligente.

Quem pensou que não seria possível produzir algo melhor do que Shakespeare Apaixonado em matéria de comédia romântica de costumes inteligente vai descobrir que o diretor Richard Eyre e o roteirista Jeffrey Hatcher elevaram o gênero uma oitava. O público sairá do cinema com muito a comentar e discutir.

O elenco excelente é encabeçado por Billy Crudup e Claire Danes, dois norte-americanos cujos sotaques ingleses são impecavelmente naturais e cuja química supera de longe aquela vista entre Gwyneth Paltrow e Joseph Fiennes em Shakespeare Apaixonado.

Crudup infunde grande autoconfiança e encanto sedutor ao papel de um homem cuja identidade sexual ficou confusa por seu treinamento juvenil e sua capacidade de representar a feminilidade sobre o palco. Os homens desejam fazer sexo com ele, levados pela fantasia de fazer amor com Ofélia ou Desdêmona. As mulheres querem conhecer a surpresa que ele guarda escondida debaixo de suas saias.

Enquanto isso, ele próprio se sente atraído por sua assistente de vestuário, a candidata a atriz Maria (Claire Danes), que é sedutoramente inocente e inequivocamente mulher.

Depois de passar anos no exílio após a execução de seu pai, o rei Charles 2º (Rupert Everett, muito espirituoso) assumiu o trono inglês, levando consigo o gosto pelas diversões e o teatro. Sua adorável amante de classe baixa Nell Gwynn (Zoe Tapper, sexy e divertida) também tem vontade de subir no palco.

O rei se deixa convencer e inverte a proibição, de modo que se torna ilegal um homem representar papéis de mulher. Isso é boa notícia para Maria e Nell Gwynn, mas uma catástrofe para Kynaston, brilhante em se fazer passar por mulher, mas incapaz de representar um papel masculino.

Maria acredita que Kynaston tem talento suficiente para qualquer papel. Ela luta para conseguir trabalho para ambos, em meio a conspirações à sua volta urdidas por um cortesão hiperssexuado e pouco seletivo (Richard Griffiths), um primeiro-ministro conservador (Edward Fox) e o ocasional amante de Kynaston, o Duque de Buckingham (Ben Chaplin).

O diretor Eyre mantém tudo andando em ritmo acelerado, auxiliado pelo editor Tariq Anwar e o compositor George Fenton, cuja música é espirituosa e muitas vezes profundamente alegre.

Os diálogos criados por Jeffrey Hatcher são divertidos e repletos de insights. Destaca-se uma cena amorosa doce e ao mesmo tempo hilária em que o confuso Kynaston e a curiosa Maria adotam as várias posições sexuais hetero e homossexuais. A cena lembra o velho versinho obsceno sobre o gay e a lésbica que passaram a noite inteira discutindo quem tinha o direito de fazer o que, com quem e com o que de quem.

Por baixo das brincadeiras, o filme trata de questões sérias relativas a amor, sexualidade e desempenho de papéis, elementos que vão continuar na mente do espectador muito tempo depois de a trama chegar a seu final, que é inteiramente satisfatório.

 
Ficha Técnica
Titulo original Stage Beauty
Gênero Drama
Ano 2004
País de origem Estados Unidos
Distribuidora Lions Gate Films
Duração 110 min.
Cor Colorido
Som DTS Dolby Digital
Diretor Richard Eyre
Elenco Billy Crudup, Claire Danes e Rupert Everett
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