A Caverna

Como filme de horror, A Caverna obedece uma fórmula repetitiva, com uma única exceção: seus monstros vivem debaixo da terra. Não em uma gruta qualquer, mas em uma antiga caverna romena. O que significa um ecossistema isolado com rios, cachoeiras, galerias enormes, um banho térmico sulfúrico, uma caverna de gelo, restos arqueológicos e, sim, animais invertebrados malévolos.

Esse parque temático de más notícias faz o espectador tolerar, pelo menos por um tempo, o roteiro bobo de Michael Steinberg e Tegan West, com conflitos artificiais entre os personagens e um melodrama manipulador. Quando os monstros finalmente surgem, parecem a versão rejeitada da criatura do filme Aline.

O apelo desse filme, limitado a adolescentes do sexo masculino, deve ser passageiro. No melhor cenário, a bilheteria será medíocre.

Histórias em que os personagens - e o público - partem para um território inexplorado costumam fornecer uma razão importante para tal aventura. Um prólogo durante a Guerra Fria e uma sequência nos dias de hoje mostram um grupo de aventureiros entrando em uma caverna debaixo de uma abadia do século 13, sem uma justificativa convincente. Não há nenhum tesouro, Santo Gral ou grande descoberta científica para atrai-los. Simplesmente, um cientista romeno reúne um grupo de exploradores e mergulhadores para entrar na caverna e ver se alguém sobrevive.

Liderando a equipe está o ativo Jack (Cole Hauser) e seu irmão bonachão Tyler (Eddie Cibrian). Uma mulher chamada Charlie (Piper Perabo) acrescenta um toque de glamour à excursão e Top Buchanan (Morris Chestnut) faz o braço direito durão. A bióloga Kathryn Jennings (Lena Headey) une-se a seu colega romeno dr. Nicolai (Marcel Iures) para cuidar da parte científica, Alex Kim (Daniel Dae Kim) é o fotógrafo, e Strode (Kieran Darcy-Smith) fornece o apoio técnico.

Um desmoronamento bloqueia a equipe do mundo exterior e, por alguma razão, apesar de essa ser uma expedição patrocinada, eles não serão procurados por 12 dias. Conforme penetram na caverna buscando uma saída, algo ataca e mata um membro da equipe. A dra. Kathryn observa espécimes retirados da gruta em seu microscópio e detecta organismos e parasitas estranhos. Então algo morde Jack, e a infecção parece provocar alucinações paranóicas.

Jack insiste para que todos entrem na correnteza. A essa altura, alguém grita: "Há algo na água!". Na verdade, essas criaturas nadam, voam e andam pelo chão e pelo teto. São monstros que pegam os membros do elenco um por um, deixando para o espectador a missão de adivinhar quem vai sobreviver.

Os ataques são precedidos por um barulho estranho de tique-taque, mas a tensão deriva da trilha sonora de Reinhold Heil e Johnny Klimek.

O diretor australiano de comerciais Bruce Hunt, em sua estréia num longa, mantém a câmera em close e a ação violenta, portanto nem sempre o espectador sabe onde os personagens estão ou o que está acontecendo.