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 A Casa do Lago

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Cena do filme Foto: Divulgação
Cena do filme Foto: Divulgação

A Casa do Lago, estréia desta sexta-feira, é uma história sobre amantes que se desencontram no tempo, em uma trama na qual a arquitetura de Chicago é tão ou mais importante quanto o amor entre os personagens principais.

Keanu Reeves e Sandra Bullock fazem o par central deste filme, que certamente vai atrair interesse do público feminino, embora a história de amor frustrado seja uma fantasia que não satisfaz, bela de se olhar, mas fundamentalmente confusa.

A idéia central do filme é uma metáfora atraente do destino romântico: duas almas solitárias que vivem numa mesma casa em tempos diferentes começam a se comunicar, através de cartas e uma distância de dois anos.

A paixão no filme é contida ou mesmo ausente. O final é tão decepcionante que o espectador que não se confundir com o pingue-pongue entre os dois períodos de tempo vai sair do cinema cheio de dúvidas na cabeça.

O diretor argentino Alejandro Agresti (Valentin) e o roteirista David Auburn (A Prova) adaptaram a história do romance-fantasia sul-coreano Il Mare, de 2000.

Abrindo mão da tensão dramática, Auburn faz seus personagens trocarem diálogos demasiado óbvios e, para completar, carrega demais nas referências literárias e cinematográficas.

Mas é verdade que, com a ajuda da trilha sonora contida de Rachel Portman, do design de produção de Nathan Crowley e da precisão elegante e suntuosa da direção fotográfica de Alar Kivilo, A Casa do Lago consegue captar a maneira como determinados lugares ficam imbuídos de sentimentos.

A casa titular é uma estrutura belíssima de vidro, construída especialmente para o filme.

A Dra. Kate Forster (Sandra Bullock) parte para Chicago para trabalhar num hospital, deixando sua casa no lago. Ela deixa uma carta para o próximo morador da casa, pedindo que sua correspondência seja remetida a seu novo endereço.

A pessoa que recebe o bilhete é Alex Wyler (Keanu Reeves), que se muda para a casa projetada anos atrás por seu pai. Ele fica perplexo com o pedido da doutora.

Mas em pouco tempo os dois começam a trocar cartas diárias através da caixa postal da casa e descobrem que, enquanto ela vive em 2006, Alex está escrevendo em 2004.

A solidão e a introspecção são temas cinematográficos férteis, mas em Casa do Lago Reeves e Bullock, que trabalharam juntos em Velocidade Máxima, representam personagens tão introspectivos e tímidos que inspiram apenas indiferença.

Bullock consegue transmitir bem a insatisfação de Kate, sem exagerá-la, embora o roteiro exagere ao repisar o velho refrão de que as mulheres solteiras que se dedicam a sua profissão são as pessoas mais tristes do planeta.

Kate joga xadrez com seu cachorro, e seus únicos contatos no mundo real são as relações insatisfatórias com um ex-namorado (Dylan Walsh), sua mãe (Willeke van Ammelrooy) e uma colega de trabalho (Shohreh Aghdashloo).

Keanu Reeves - cujos trabalhos recentes mais interessantes têm sido em filmes independentes pequenos e cujo verdadeiro ponto forte é seu lado cômico - faz de Alex um homem misterioso e difícil de compreender.

Ele é um arquiteto que, diferentemente de seu irmão (Ebon Moss-Bachrach), desviou-se do que realmente gosta para projetar prédios de apartamentos.

O diretor Agresti interrompe a ação, por assim dizer, para que Christopher Plummer, no papel do imperioso pai dos dois, possa fazer um discurso sobre a qualidade da luz, com um brilho nos olhos de artista louco.

Mas não existe luz no fim desse túnel de tempos atravessados, cujos participantes sentem uma conexão que o espectador não consegue enxergar.

Embora o longa não deixe de ter momentos muitos belos - como, por exemplo, quando uma árvore que Alex planta para Kate em 2004 aparece de repente diante dela, já crescida -, uma parte grande demais dessa história que quer ser de amor é relatada em leituras de cartas que tentam encobrir um vazio que o filme não consegue preencher no presente.

 
Ficha Técnica
Titulo original The Lake House
Gênero Romance
Ano 2006
País de origem Estados Unidos
Distribuidora Warner Bros
Duração 105 min.
Cor Colorido
Diretor Alejandro Agresti
Elenco Keanu Reeves; Sandra Bullock; Christopher Plummer; Lynn Collins
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