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 A Cidade Perdida

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Cena do filme Foto: Divulgação
Cena do filme Foto: Divulgação

Um clima de nostalgia permeia A Cidade Perdida, projeto que Andy Garcia passou anos gestando como ode de amor a sua cidade natal, a Havana dos anos 1950, anterior a Fidel Castro.

Baseado num roteiro de 300 páginas do escritor Guillermo Cabrera Infante, que morreu em fevereiro do ano passado, o filme estréia nesta sexta-feira.

A Cidade Perdida é uma produção bela, mas que tem dificuldade em integrar seus elementos diversos, que incluem glamour de uma sociedade que girava em torno de cabarés, fervor intelectual, drama familiar, romance impossível e humor espirituoso.

Em sua estréia na direção de um longa, Andy Garcia em vários momentos se deixa levar pela beleza superficial. Além de dirigir A Cidade Perdida, ele faz o papel principal, co-assina o roteiro e assina a trilha sonora.

Nos momentos em que dá certo, o filme transmite uma nostalgia doce e amarga por um momento que se perdeu e pela promessa não cumprida de uma Cuba democrática.

A Cidade Perdida terá ressonância junto aos cubano-americanos que se identificarem com seus personagens, mas suas perspectivas seriam beneficiadas se o filme fosse mais bem editado.

Através do prisma da abastada família Fellove, Cidade Perdida mostra que a revolução contra Fulgencio Batista foi em grande parte fruto da ação da classe média e média alta cubana.

O patriarca da família, Federico (Tomás Milián), professor universitário dado a tecer reflexões filosóficas, acredita nas transformações democráticas, enquanto seus filhos Ricardo (Enrique Murciano) e Luis (Nestor Carbonell) são proponentes ardorosos da derrubada violenta do regime, tanto assim que Luis lidera um atentado ousado contra Batista, uma sequência forte e bem encenada.

O filho mais velho da família e também personagem central do filme é Fico (Andy Garcia), proprietário da boate El Trópico. Ele é o paradigma do observador, com câmera de vídeo e tudo, e está decidido a resistir à tempestade. Mas a divisão política interna devasta sua família e o submete a provações difíceis a todo momento.

Boa parte da primeira metade do filme tem um clima de algo encenado. Em vários momentos, os dogmas tomam o lugar dos diálogos. Um escritor sem nome (Bill Murray) profere frases portentosas que evocam o jogo de palavras típico de Cabrera Infante, mas parece não se integrar à história.

É apenas na parte final do filme que Garcia parece sentir-se livre para mergulhar em confrontos dotados de peso emocional, quando a vitória de Fidel Castro leva Ricardo a se opor a seu tio latifundiário (Richard Bradford) e Fico a ficar contra sua amante (Ines Sastre).

Em última análise, Cidade Perdida fala da resistência do indivíduo contra os absurdos do poder abusivo, quer este esteja nas mãos de ditadores egomaníacos como Batista (Juan Fernandez), mafiosos capitalistas como Meyer Lansky (Dustin Hoffman) ou revolucionários carismáticos e implacáveis como Che Guevara (Jsu Garcia), todos os quais aparecem em pontas impressionantes.

O filme foi rodado com orçamento pequeno na República Dominicana.

 
Ficha Técnica
Titulo original Lost City
Gênero Drama
Ano 2005
País de origem República Dominicana, Estados Unidos
Duração 143 min.
Cor Colorido
Diretor Andy Garcia
Elenco Andy Garcia, Bill Murray, Dominik García-Lorido e Dustin Hoffman
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