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 500 Almas

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Cena do filme Foto: Divulgação
Cena do filme Foto: Divulgação

O documentário 500 Almas, apresenta a quase milagrosa redescoberta dos guatós, povo indígena que chegou a ser dado como extinto nos anos 1960, mas que perdura na região do Pantanal desde o século 16.

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O registro feito pela Funai do suposto desaparecimento aconteceu em parte pelo fato de os indígenas serem nômades, tendo mais capricho na feitura de suas eficientes canoas, escavadas de um único tronco de árvore, do que na de suas casas.

O principal motivo, porém, foi a dispersão dos índios a partir da segunda metade do século 20, devido a conflitos com brancos, como criadores de gado no Pantanal.

O momento mais dramático foi o assassinato do líder Celso Guató, em 1982, quando lutava pela demarcação de uma reserva, na Ilha Ínsua, na fronteira com a Bolívia.

A partir de 1977, surgiram notícias de que este povo continuava a existir, mesmo que disperso. Graças especialmente ao trabalho de uma religiosa católica, a irmã Ada Gambarotto, foi possível identificar vários grupos no Mato Grosso do Sul, ainda que só os mais velhos falem a língua nativa, que é estudada por uma linguista (Adair Pimentel Palácio).

Fugindo de um formato didático, o filme dirigido pelo carioca Joel Pizzini retrata a vida destes indígenas, que assumem diferentes graus de assimilação à civilização branca, mas sempre com algum vínculo com sua cultura original.

A maior comunidade vive na Ilha Ínsua, que foi demarcada como sua reserva depois de longa batalha judicial.

O documentário traz informações sobre a aparição dos guatós na história do Brasil, como quando foram retratados pelo pintor francês Hercule Florence, da expedição do embaixador russo, o barão de Langsdorff, no século 19. Ou como quando foram estudados, pela primeira vez a fundo, pelo etnólogo alemão Max Schmidt, no começo do século 20.

O etnólogo levou grande quantidade de objetos feitos por eles ao Museu Etnográfico de Berlim, um dos locais visitados neste documentário.

As imagens de arquivo destes índios foram filmadas pelo marechal Cândido Rondon em suas expedições, também no começo do século passado.

Intercalando as belas imagens dos guatós em seu ambiente natural, coloca-se o ator Paulo José, funcionando como narrador e comentarista.

Ao lado de Matheus Nachtergaele, Paulo José encena um trecho da peça Controvérsia em Valladolid, do roteirista e dramaturgo francês Jean-Claude Carrière, que cedeu os direitos para uso do filme.

A peça se refere, justamente, à polêmica levantada no século 16, sobre se os indígenas tinham alma ou não e faz uma dura crítica à violência do processo de colonização.

500 Almas, que demorou três anos para conseguir espaço no circuito de cinemas de São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília, foi vencedor de quatro prêmios técnicos no Festival de Brasília de 2004.

Pizzini ficou conhecido por trabalhos de curta e média-metragem, como os premiados Caramujo-Flor (1988), Enigma de um Dia (1996) e Glauces - Estudo de um Rosto (2001).

 
Ficha Técnica
Titulo original 500 Almas
Gênero Documentário
Ano 2005
País de origem Brasil
Distribuidora Riofilme
Duração 109 min.
Cor Colorido
Som DTS Dolby Digital
Diretor Joel Pizzini
Elenco Paulo José, Matheus Nachtergaele
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