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 Os miseráveis

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  Foto: Divulgação
Foto: Divulgação

Indicado a oito Oscars, o musical britânico "Os Miseráveis" projeta sua história recheada de sofrimento, fuga, paixão, renúncia e redenção de maneira grandiosa. É um espetáculo para encher, e em alguns momentos quase oprimir, olhos e ouvidos, em 2 horas e 38 minutos de duração.

A produção concorre nas categorias de melhor filme, ator (Hugh Jackman), atriz coadjuvante (Anne Hathaway), desenho de produção, figurino, maquiagem, mixagem de som e canção ("Suddenly").

A emoção é ligada em chave máxima pelo diretor britânico Tom Hooper ("O Discurso do Rei"), que conta como principal aliado com um elenco inegavelmente talentoso e corajoso. Mesmo não sendo cantores profissionais, todos os atores concordaram com cantar ao vivo, acompanhando as melodias executadas por pianistas no set através de fones de ouvido.

Esta escolha, que custou maior esforço a todos os envolvidos, certamente é uma das razões pelas quais o público se sente compelido a entrar nesta admirável ciranda de emoções intensas, não raro debulhado em lágrimas. O enredo, inspirado no romance do autor francês Victor Hugo, em 1862, parte diretamente de sua adaptação musical de 1985 e já traduzida em mais de 20 línguas e assistida por mais de 60 milhões de pessoas em palcos de todo o mundo.

A defesa de um humanismo cristão e da justiça social impregna cada sequência da atribulada jornada de Jean Valjean (Hugh Jackman), condenado a trabalhos forçados por ter roubado um pão para matar a fome de sua irmã.

Depois de uma longa sentença de 19 anos, alguns acrescentados por tentativas de fuga, ele finalmente é libertado. Uma libertação que o obriga a se apresentar constantemente à Justiça e que, por conta de sua ficha criminal, na prática o impede de conseguir trabalho.

Perseguido sem tréguas por um obcecado inspetor, Javert (Russell Crowe), Valjean decide escapar deste círculo vicioso. Desaparece no mundo e ressurge, anos depois, com uma nova identidade, já como prefeito e industrial.

Seu destino se liga a Fantine (Anne Hathaway), operária demitida de sua fábrica por um supervisor, que caiu na miséria e na prostituição para sustentar uma filha, Cosette (quando menina, interpretada por Isabelle Allen). A garota acaba tornando-se responsabilidade de Valjean, que continua sua fuga, sempre perseguido por Javert.

Quando moça, Cosette (agora vivida por Amanda Seyfried), que desconhece a verdadeira história de seu protetor, apaixona-se por Marius (Eddie Redmayne), um dos estudantes envolvidos numa rebelião antimonarquista que caminha para um confronto trágico com os soldados do rei, em 1832.

Seguindo uma dinâmica do excesso, o diretor Tom Hooper aposta nos intensivos rodopios de câmera em torno dos bem-cuidados cenários, abusando dos primeiros planos no rosto dos atores, jogando o espectador dentro de cada cena, de cada situação, numa voltagem máxima que nunca descansa e procura visivelmente arrancar lágrimas.

Ao mesmo tempo que os grandes temas de "Os Miseráveis" estão presentes -a luta pela liberdade, a recusa à injustiça, a ética inegociável do protagonista-, nem sempre se consegue enxergá-los com toda a clareza devido ao ofuscamento provocado por essa intensidade incansável.

Em nenhum momento se permite alguma distância do espectador, seja à tragédia, seja ao romance, e nisto residem, ao mesmo tempo, a grande força e a grande falha desta obra.

<a href="http://www.terra.com.br/cinema/infograficos/oscar/vencedores/iframe.htm">veja o infográfico</a>

 
Ficha Técnica
Titulo original Les Misérables
Gênero Musical
Ano 2012
País de origem Reino Unido
Distribuidora Universal
Duração 157 min.
Diretor Tom Hooper
Elenco Hugh Jackman, Anne Hathaway, Russel Crowe, Helena Bonham Carter
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