Globo de Ouro: Entenda a greve dos roteiristas

A greve dos roteiristas de Hollywood, por meio de seu sindicato Writers Guild of America (WGA), começou no início de novembro. Eles protestam contra os estúdios de cinema e as empresas de televisão.

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Os roteiristas exigem mais ganhos pelas vendas de DVDs das séries de televisão, assim como receber pagamentos pelos programas que são oferecidos na Internet, telefones celulares e outros novos meios tecnológicos, além de outras demandas. Os produtores - que financiam as obras audiovisuais - não aceitaram as exigências sob a alegação de que são inviáveis.

O WGA calculou em US$ 220 milhões distribuídos em três anos o custo para as produtoras de suas reivindicações, valor que é menos de 1% da receita anual dos estúdios com a venda de séries de televisão e filmes em DVD.

Os roteiristas consideram que as produtoras não os estão compensando de forma suficiente pela comercialização alternativa destas séries, mas as redes de televisão informaram que as demandas dos escritores são "inalcançáveis" devido à realidade financeira do setor.

Problemas para as emissoras
Os primeiros prejudicados com a greve dos roteiristas fora os talk shows norte-americanos, exibidos diariamente, como o Tonight Show With Jay Leno e Late Show With David Letterman. Os canais tiveram que exibir reprises das atrações.

As séries de TV como Lost, Desperate Housewives e Heroes, também sentiram os efeitos da greve, que tiveram suas gravações paralisadas e podem ter suas temporadas encurtadas em números de episódios.

O cinema também contou prejuízos. O filme Shantaram, com Johnny Depp, teve suas filmagens adiadas. Uma das razões do adiamento foi que o roteiro não estava como os diretores queriam, e a greve proibiu que fossem feitas adaptações em roteiros. Preocupações com o orçamento também contribuíram.

A greve também adiou as filmagens de Anjos e Demônios, filme baseado no best-seller de Dan Brown, autor de O Código Da Vinci. A Columbia Pictures adiou o lançamento do longa para 2009 devido à necessidade de mudanças no roteiro.

A última grande greve dos roteiristas foi promovida também pela WGA, em 1988, e durou 22 semanas, adiando o início da temporada de TV e custando cerca US$ 500 milhões ao setor.