36º Festival de Gramado

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36º Festival de Gramado

Quarta, 13 de agosto de 2008, 16h04 Atualizada às 16h17

"Homenagem tem gosto azedo", diz o cineasta Júlio Bressane

Orlando Margarido
Direto de Gramado

"Estou muito honrado em receber essa homenagem de um festival novo como Gramado, pois considero que está nascendo um novo festival com essa nova direção, estão tirando ele da cova. No anterior, sempre fui muito mal tratado, nunca me receberam bem". As palavras são do cineasta carioca Júlio Bressane, que após a exibição do primeiro longa-metragem da noite desta quarta-feira, Perro Come Perro, receberá o Troféu Eduardo Abelin, dedicado a realizadores veteranos.

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Bressane tem uma história toda pontuada por polêmicas, afetos e desafetos, devido ao teor extremamente autoral de seu cinema. É justamente essa figura de um festival de melhor qualidade artística que Gramado persegue agora e o cinema dele vem a calhar.

No ano passado, por exemplo, o cineasta exibiu Cleópatra nos festivais de Veneza e de Brasília, duas praças tradicionais de seus filmes, e chegou a ouvir no segundo que o longa era constrangedor.

Porém, Bressane nunca se abalou a ponto de sair da resposta seca e de tom intelectualizado. Mas em Gramado ele quer deixar clara a posição de quem um dia foi muito repudiado. "Eles nunca aceitaram meus filmes, sempre fui recusado nesse festival que era todo manipulado", lembra. "Chegaram ao ponto de dar um prêmio de fotografia para 'Brás Cubas' sem citar o nome do filme na premiação. Essa homenagem tem gosto azedo", finalizou.

Em setembro, Júlio Bressane voltará ao Festival de Veneza para apresentar, fora de competição, A Erva do Rato. Segundo o cineasta, o filme foi inspirado em "gramas" de Machado de Assis (os contos Um Esqueleto e A Causa Secreta). "Há mais de dez anos Veneza recebe meus filmes, atravessei quatro organizações diferentes, enquanto Gramado sempre se comportou mal", disse.

Sua parceira habitual Rosa Dias chegou a ser creditada em veículos especializados como co-diretora do novo filme, mas continua a colaborar em postos técnicos. "Isso não tem importância, pois ela é sempre uma grande e fundamental companheira", afirma Bressane.

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