Gramado: 'Nome Próprio' é eleito melhor filme

O diretor Murilo Salles subiu ao palco do Palácio do Festival neste sábado à noite para receber o prêmio de melhor filme por Nome Próprio, na última categoria anunciada na programação de entrega dos Kikitos. O melhor diretor foi Domingos Oliveira por Juventude.

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Entre os competidores estrangeiros, venceu o mexicano Cochochi, que também já havia escolhido de tarde para um troféu especial de qualidade artística. A melhor direção foi para o colombiano Carlos Moreno por Perro Come Perro.

Salles, que já havia concorrido anteriormente em Gramado por filmes como Nunca Fomos Tão Felizes e Faca de Dois Gumes, mas nunca venceu na categoria, ficou emocionado e dedicou o prêmio à equipe "por ser esta a minha primeira direção em que realmente houve um envolvimento de todos e isso se reflete na tela".

Um pouco antes, a protagonista da fita Leandra Leal havia recebido o prêmio de melhor atriz e agradeceu dizendo que ama ser atriz e é a coisa que mais gosta de fazer na vida. Dedicou a estatueta à mãe, a atriz Angela Leal, e ao cineasta "por compreender a alma feminina".

Outros grandes vencedores da noite foram "A Festa da Menina Morta" e "Juventude". O primeiro, estréia de Matheus Nachtergaele na direção, era cotado para melhor filme e recebeu cinco prêmios, contando com os dois de critica e júri popular anunciados de tarde.

Mereceu, ainda, o prêmio de ator para Daniel de Oliveira, fotografia para Lula Carvalho, prêmio especial do júri e de música, que levou Nachtergaele a realizar no palco o mais bonito momento da noite com uma homenagem a Dorival Caymmi, morto na manhã deste sábado.

O ator e diretor dedicou seu prêmio ao cantor e compositor baiano e pediu o auxílio da platéia para cantar Maracangalha. O público cantou junto e acompanhou com palmas. Juventude rendeu ainda ao diretor Domingos Oliveira um prêmio de qualidade artística ao trio de atores em cena, o próprio Domingos, Paulo José e Aderbal Freire Filho, além de roteiro (Domingos). "Foi uma emoção inédita a exibição anteontem aqui e agora acontece mais uma vez; assim vale a pena viver", disse o diretor.

A surpresa tanto para os longas nacionais como estrangeiros foi a soma de prêmios em importantes categorias que não resultaram no resultado de melhor filme, a exemplo de Juventude e A Festa da Menina Morta e também do argentino Por sus Proprios Ojos, vencedor do prêmio especial do júri, roteiro (da diretora Liliana Paolinelli) e melhor atriz para Ana Carabajal.

Da mesma forma, Perro Come Perro também somou a categoria de melhor ator para Marlon Moreno e fotografia para Juan Carlos Gil, além do já divulgado prêmio da crítica. Mas nem o troféu de direção levou o júri a confirma-lo como melhor filme.

A premiação dos curtas-metragens seguiu também o conceito de não somar prêmios importantes. Areia foi o melhor filme na categoria e ainda recebeu os prêmios de fotografia (Heloísa Passos) e atriz para Malu Galli. Mas a direção foi para Jaime Lerner por Subsolo.

Booker Pittman recebeu prêmio especial do júri, além de ganhar o prêmio-aquisição do Canal Brasil. O roteiro foi de Dossiê Re Bordosa, de César Cabral e Leandro Maciel. Augusto Madeira foi o melhor ator por dois curtas, Noite de Domingo e Blackout. Este, aliás, foi um título de prenúncio para a noite, que teve um blackout de verdade por alguns minutos e tirou um tanto do brilho da festa dos Kikitos.