'Quase um Tango...' dá a largada da Mostra Competitiva
O filme Quase um Tango..., do diretor gaúcho Sérgio Silva, inaugurou a Mostra Competitiva da 37ª edição do Festival de Cinema de Gramado neste domingo (9). A produção, filmada em janeiro e fevereiro do ano passado, foi viabilizada por um prêmio de R$ 1,5 milhão, dado pelo Estado do Rio Grande do Sul como forma de incentivo à cultura.
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O longa tem a maior parte de seu elenco e equipe técnica formada por gaúchos, com exceção dos protagonistas Vivianne Pasmanter e Marcos Palmeira, a quem o diretor apelidou, carinhosamente, de "estrangeiros".
Quase um Tango... conta a história de Batavo (Marcos Palmeira), um pequeno agricultor do interior do Rio Grande do Sul que sofre uma desilusão amorosa e abandona suas terras para seguir, sem rumo, para Porto Alegre. Todo o roteiro é pautado pelos delírios do personagem, que reflete seus medos e incertezas na imagem das mulheres que amou - ou as que desejou alguma vez.
Acompanhando a narrativa ilusória e ingênua de Silva - permeada por brutais ataques de realidade -, todas as personagens que estão no imaginário de Batavo são interpretadas por Vivianne Pasmanter. Cabe aqui uma ressalva ao bom desempenho da atriz, que convence bastante nos papéis , apesar de se apoiar em um roteiro que nem sempre acerta, pecando pelo exagero.
Apesar da não-linearidade, Quase um Tango... ganhou alguns pontos com o público do festival. Ao contrário da sessão anterior - o cubano Memórias do Subdesenvolvimento (1968) -, a plateia ficou até o final da exibição e respondeu satisfeita com sonoros aplausos.
No fim das contas, a produção de Silva é o típico filme que, por conseguir manter o ritmo narrativo, prende a atenção do espectador e acaba cumprindo seu papel de divertir - mesmo num evento como esses.
Apresentação
Pouco antes da exibição, Sérgio Silva disse o que o público poderia esperar de seu trabalho: "eu não tenho o que apresentar. É um filme sobre a simplicidade e os medos da vida. A gente tem medo de muita coisa. Do filho que pode nascer, da Influenza A e do Sarney", riu.
Silvia disse que o clima nas filmagens era tão divertido, que esse acabou se tornando um trabalho inesquecível "As sete semanas de filmagens foram uma das coisas mais encantadoras que eu já fiz na vida", lembra.
Segundo ele, sua única reclamação é que o longa-metragem não está no formato película, mas sim em HD (alta definição). "Eu ainda quero ver esse filme em película porque eu sou velho. Talvez eu faça isso um dia."
O diretor aproveitou o espaço para contar também que, no roteiro original, Quase um Tango... tinha um narrador, representado por ele. José Victor Castiel, um dos apresentadores do Festival de Gramado, foi quem fez a dublagem, mas sua participação acabou sendo cortada na edição final. "Peço minhas desculpas públicas para ele. Ele não está mais no filme, mas continua fazendo parte", brincou.
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