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Presidente do Festival de Gramado rebate críticas ao evento

13 ago 2010 - 20h20
(atualizado às 20h39)
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Clarissa Barreto
Direto de Gramado

Quem diz que hoje tem menos celebridades no Festival de Cinema de Gramado é mal-intencionado, afirma o presidente do evento, Alemir Coletto. "Os áureos tempos a que os críticos se referem era quando o festival acontecia em janeiro e ficavam 200 pessoas na rua olhando as atrizes fazendo topless na piscina do hotel", afirma. Apesar de não concordar com quem diz que o festival vem perdendo prestígio, Coletto encabeçou algumas mudanças no formato do evento. Com mais de 400 filmes inscritos nas mostras competitivas e cerca de mil convidados, entre famosos e outros nem tanto, a 38º edição sofreu algumasreformulações: ganhou um fim de semana extra e encontros de negócios."É o festival mais amplo do cinema brasileiro", garante Coletto.

- O senhor divulgou que este seria um festival reformatado. O que isso significa?

Alemir Coletto - Ele é reformatado porque foi mudado todo o princípio da programação. Ganhar um final de semana a mais significou não somente dois dias a mais de exibição; significou que os filmes que estamos apresentando fazem parte de uma seleção mais representativa daqueles mais de 400 filmes inscritos para o festival. Na edição deste ano, apresentamos o dobro de filmes, e isso significa uma amostragem maior. O festival também ampliou seu foco de atuação, fortalecendo encontros de negócios. Por que não vir para Gramado para fazer negócios, já que estão reunidos produtores, cineastas e distribuidores?

- Essa reformatação é uma tentativa de ser mais voltado para o mercado de cinema e menos para o popular?

Ao contrário. Com mais dois dias, ganhamos uma cobertura mais expressiva da mídia.

- Então, é um formato para se diferenciar de outros festivais?

Ele ficou o mais amplo e tornou-se o mais representativo do cinema brasileiro. Esse foi o primeiro maior ganho. É bom porque temos mais filmes em exibição, mais mídia, mais convidados.

- O festival está deixando de ser atrativo para celebridades?

Isso é uma mentira. Não existiu isso no passado. Quando se fala nessa época áurea do festival, ele acontecia no mês de janeiro com 200 convidados. Era no (hotel) Serra Azul e as atrizes iam para a piscina fazer topless. Aí havia 200 pessoas na rua olhando para os seios das artistas. Qual a representatividade que isso tinha do cinema? O Brasil nem produzia filmes na década de 90. Quem fala isso é mal-intencionado. O festival sempre recebeu uma representação importante do meio artístico, nunca se apequenou. Neste ano, trouxemos mais de mil convidados pro festival. É claro que nós queremos atores e atrizes, mas que tenham alguma coisa a ver com cinema.

- No ano passado, o festival homenageou a Xuxa e foi muito criticado. Neste ano, a homenagem foi para um ícone do cinema nacional, Paulo César Pereio. Isso representa uma mudança de rumo?

Tenho conduzido o festival no sentido de dar respeito a quem foi importante para o cinema. A Xuxa não recebeu o troféu Oscarito recebido pelo Pereio, ela foi laureada com uma homenagem especial. É outro tipo de reconhecimento. Qual o problema de premiar um Renato Aragão, que fez quatro das dez maiores bilheterias do país? Quer dar para quem? Para quem nunca botou meia dúzia numa sala de cinema? A Xuxa é a mesma coisa, uma celebridade. Não é uma mulher do cinema, mas fez filmes e foi responsável por três das dez maiores bilheterias do cinema brasileiro. Se há crítica quanto ao produto final da Xuxa é outra questão.

- Por que neste ano não houve esta homenagem?

Neste ano, não avaliamos uma personalidade... Na verdade, nós tínhamos, mas não foi possível a confirmação da presença. Mas não posso dizer quem é, seria uma desconsideração. A homenagem não está encerrada, ao contrário. Tem tantas celebridades importantes para o cinema, inclusive no exterior. A Sônia Braga, que levou o nome do Brasil, o Rodrigo Santoro, e assim por diante. Mas é uma homenagem fora da programação. Toda vez que o festival achar, dentro da minha gestão, que se possa ter uma indicação de alguém importante para levar gente para dentro do cinema, o festival convidará essa pessoa para receber essa homenagem.

Alemir Coletto não acha que o Festival de Gramado esteja perdendo prestígio
Alemir Coletto não acha que o Festival de Gramado esteja perdendo prestígio
Foto: Edison Vara / PressPhoto / Divulgação
Fonte: Especial para Terra
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