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Um dos destaques da mostra Especiais Gramado foi Garrincha - Estrela Solitária, longa do diretor Milton Alencar Jr., e primeira co-produção entre Brasil e Chile na história do cinema latino americano.
O filme narra a vida de um dos maiores ídolos do futebol brasileiro e mundial: Mané Garrincha. A ênfase dada à produção privilegia a fase áurea da carreira do jogador, de 1953 a 1962, quando conquistou o Bi Campeonato Mundial. Mas, principalmente, o filme narra a turbulenta história de amor entre Garrincha e Elza Soares, sem esconder as traições e bebedeiras do craque.
Com André Gonçalves e Taís Araújo nos papéis principais, o filme levou cinco anos desde sua idealização até a conclusão do projeto e teve apoio da Lei Rouanet, Lei Mendonça, e da Ibermedia, instituição ibero-americana de fomento à produção, desenvolvimento e formação do audiovisual.
A importância da constituição de parcerias para produção de cultura entre países da América Latina é expressa na opinião do chileno David Matthies, produtor executivo do longa metragem: 'Estamos ameaçados pelo cinema junk norte-americano. É difícil competir com filmes que tem US$ 35 milhões de para investir no marketing", diz, referindo se à produção O Homem Aranha, recentemente lançado no Brasil.
Os principais apelos do filme são, segundo Jorge Moreno, da produtora FAM Filmes, o futebol, o carnaval e as mulheres. O roteiro se aproveita das mais famosas "qualidades" brasileiras para emplacar bilheterias no mundo inteiro. A produção já foi negociada com Austrália, Itália e Chile. A estréia no Brasil está prevista para o dia 23 de outubro.
A tendência comercial do filme não é escondida pelos produtores, que defendem a utilização de recursos dramáticos para envolver o espectador. Foi por isso que optaram pela ficção, ao invés de retratar a vida de Garrincha num documentário: "O documentário é um tabu no Brasil. Com raras exceções - como esse filme do Michael Moore -, não têm grande sucesso comercial", afirma Moreno.
Apesar disso, Garrincha - Estrela Solitária, utiliza cenas de arquivo com jogadas fenomenais do craque. Moreno garante que o público é capaz de diferenciar o que é ficção do que é documental dentro do longa, pois as cenas de arquivo são claramente identificáveis. Mas se contradiz logo em seguida, afirmando que "confundimos propositalmente o espectador, fazendo seqüências em preto e branco interpretadas por André e Taís".
O futebol como argumento cinematográfico está começando a ser explorado por produtores brasileiros, finalmente. Pelé Eterno, lançado no Brasil mês passado também aborda esse tema, de grande apelo no Brasil e teve um bom sucesso de bilheteria. Além de rememorar a história do esporte brasileiro, esse tipo de produção reverencia grandes personalidades brasileiras e documenta uma época onde futebol era uma paixão fiel e sincera.
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