Juarez Machado/Pressphoto/Divulgação |
Marcos Paulo e Daniela Escobar, que estrela o filme Diário de um Novo Mundo |
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Com a sessão de Diário de um Novo Mundo, épico histórico do estreante Paulo Nascimento, o 33º Festival de Gramado encerrou na sexta-feira à noite a exibição de seus concorrentes. O filme não mudou o panorama. Ou seja, o festival termina sem favoritos, sem nenhum candidato que desponte como capaz de conquistar sozinho um grande número de troféus - como aconteceu em 2002, com Durval Discos de Anna Muylaert, que levou sete prêmios.
Veja fotos do último dia de sessão competitiva em Gramado!
A premiação de 2005, que será anunciada na noite deste sábado, no Palácio dos Festivais, deve se dividir entre os vários concorrentes e, com isso, ninguém sairia totalmente insatisfeito. Co-produção internacional, reunindo Brasil, Portugal, Uruguai e Argentina, Diário de um Novo Mundo é sem dúvida muito bem cuidado do ponto de vista técnico. Mas sua história nunca emociona. O enredo trata de um romance impossível no século XVIII, entre uma mulher casada (Daniela Escobar) e um médico (Edson Celulari). No elenco internacional, há também o argentino Jean-Pierre Noher (que atuou em Um Amor de Borges). O último documentário da seleção deste ano, Em Trânsito, do franco-brasileiro Henri Arraes Gervaiseau, perde bastante seu foco. O diretor entrevista diversos personagens de São Paulo, na maioria de bairros distantes do centro, como Capão Redondo ou Cidade Tiradentes. Porém, as conversas deixam correr solto tudo aquilo que os personagens querem falar: sua religião, seu trabalho e outras expectativas. Ao fazer assim, o filme afasta-se de seu tema anunciado, transporte e trânsito, deixando dúvidas sobre as reais intenções do realizador, que é professor de História e Antropologia da USP. A seleção latina, por sua vez, fechou melhor. Foi mostrada a produção chilena Mala Leche, de Leon Errarúriz, um retrato impiedoso e ágil do submundo de Santiago, através da visão de dois jovens mergulhados na delinqüência e o narcotráfico. O filme foi premiado no Festival de San Sebastian, na Espanha. O latino que encerrou essa seção competitiva foi o argentino Por um Mundo Menos Peor, de Alejandro Agresti. Como o outro argentino deste festival, Buenos Aires 100 km, de Pablo José Meza, o filme de Agresti consagra uma receita de melodrama discreto, capaz de agradar a várias platéias. Por Um Mundo Menos Peor conta a história de uma mulher (Mônica Galan) que viaja com suas duas filhas, para uma pequena cidade litorânea, em busca do grande amor de seu passado, pai de sua filha mais velha. O homem (Carlos Roffe) está escondido ali por um trauma que tem a ver com a dura repressão sofrida no período da ditadura militar.
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