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Improvisações são o melhor da comédia “Superpai”

25 fev 2015 - 15h20
(atualizado às 15h20)
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Na comédia politicamente incorreta há um limite entre a máquina de insultos e o desejo real de fazer outras pessoas rirem, que não apenas o próprio comediante. No caso de “Superpai”, do diretor Pedro Amorim (de “Mato Sem Cachorro”), o humor fica sempre no limite, sem chegar a qualquer um dos extremos, exceto pelos improvisos do elenco.

Explica-se. Segundo Amorim, o roteiro original (e inédito) americano, comprado pelo estúdio Universal, era de um peso tremendo. Tão incorreto que levou o texto a ser reescrito por seis pessoas, entre elas o comediante Rafinha Bastos e o próprio diretor. A versão brasileira é suave, sem tantos excessos, como o Amorim a encarou pela primeira vez, num tom mais família.

O resultado é, enfim, algo muito morno, que se não fosse o ritmo dos atores para humor, provavelmente, não sairia do mediano. São eles Danton Mello, Dani Calabresa, Antonio Tabet e Thogun Teixeira, que levam a história muito além do que estava previsto no roteiro.

Mello é Jorge, um pai desempregado, negligente com o filho Luca (Lukas Brombini). Em sua normalidade sem alegrias, vê no reencontro da turma de escola (depois de 20 anos) a oportunidade de reviver os melhores anos de sua vida, incluindo aí ir para a cama com Patricia Ellen (Juliana Didone), seu amor de colégio. A questão é onde deixar o filho, já que a mãe (Mônica Iozzi) foi ao hospital cuidar de parentes.

O fato é que Jorge larga o garoto em uma creche noturna, para aproveitar a confraternização e, quando vai buscá-lo, se engana e leva uma criança coreana, o “Jaspion” (Erik Min Soo Chung) no lugar. Quando percebe o erro, bem mais tarde, precisa encontrar seu filho e devolver o outro menino a seus pais. Tudo isso, enquanto olha para sua amante.

Durante a desventura, ele encontra o apoio de seus amigos de escola, Julia, Nando e Cezar (Calabresa, Teixeira e Tabet, respectivamente). Cada um tem uma característica específica, complementando o protagonista. Todas, aliás, envolvendo sexo, torpeza e abnegação à saúde do grupo.

Mas é essa química que funciona no filme de Amorim, com o improviso desse elenco, admitido pelos próprios atores, em entrevista coletiva em São Paulo. Não há grandes questões ou opções técnicas para discutir aqui, apenas se o filme faz rir. E o time o faz, mesmo que a narrativa não seja redonda.

(Por Rodrigo Zavala, do Cineweb)

* As opiniões expressas são responsabilidade do Cineweb

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