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Cinema

 
 

Marco Nanini é cotado para Kikito de melhor ator

22 de agosto de 2003 15h34

Marco Nanini em cena do filme. Foto: Divulgação

Marco Nanini em cena do filme
Foto: Divulgação

Na reta final, com apenas uma noite a mais de exibição dos concorrentes em todas as competições, nesta sexta-feira, começam a se definir os favoritos do Festival de Gramado.

E o mais provável vencedor do Kikito de melhor ator parece ser mesmo Marco Nanini, que brilha na interpretação do pianista de boate Apolônio Brasil, o protagonista do filme de Hugo Carvana, Apolônio Brasil - Campeão da Alegria.

No auge de sua maturidade, Nanini transpira a humanidade de seu personagem por todos os poros. Ele arrisca até mesmo a cantar músicas como Se Todos Fossem Iguais a Você e outros sucessos românticos dos anos 50 e 60, recuperando a atmosfera da Bossa Nova, da dor-de-cotovelo e dos crooners que pautava a boemia do Rio e de São Paulo.

O filme todo é, afinal, um musical de época, uma raridade no cinema brasileiro atual. Pode-se até elogiar a coragem de Carvana em arriscar-se num gênero que não domina.

Ironicamente, é nessa parte do musical que ele se sai melhor do que na comédia em si, amparado ainda numa cuidadosa reconstituição de época, a cargo do diretor de arte José Joaquim Salles e da figurinista Kika Lopes.

Há mesmo ótimas sequências, como a dos loucos no hospício, onde Nanini, Antônio Pedro (sempre impagável e figura obrigatória nos filmes de Carvana) comandam uma anárquica interpretação da muito apropriada música Neurastênico.

O problema é que quando sai do musical e entra na trama cômica paralela, Apolônio Brasil não funciona tão bem. O fio condutor da história é um obscuro cientista louco americano (José Lewgoy, em seu último papel no cinema) que se apodera do cérebro de Apolônio, morto há pouco, e reúne seus amigos, amantes e filho.

O objetivo é conseguir clonar o que seria o gene da alegria - que em Apolônio está muitos graus acima do resto da humanidade - e exportá-lo para "países tristes".

Reuters
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