O filme mexicano é um dos concorrentes na seção latina do Festival de Gramado.
Como em Cem Anos de Solidão, onde se sucedem várias gerações de homens com o mesmo nome (no livro, Aurelianos), aqui há uma série de Arcangels.
O atual dono do nome, Arcangel Juarez (Arturo Ríos, presente em Gramado), rompeu o contato com o pai, que o expulsou de casa ainda criança, depois de uma briga na qual o garoto tentou matar o irmão caçula.
Pai de um menino autista, o atual Arcangel recebe na secretária eletrônica um recado do irmão, avisando-o de que o pai está à morte e pede sua vinda.
Arcangel volta à propriedade paterna com o filho e descobre por uma estranha mulher que vive ali (Luisa Huertas, de O Crime do Padre Amaro) que seu pai e irmão morreram há muitos anos.
Este e outros detalhes reforçam o clima de pesadelo e estranhamento, que também deve algo a Jorge Luis Borges e Luis Buñuel.
Um bom filme, mas que perde na comparação com os concorrentes latinos dos dois primeiros dias - o espanhol Segundas-Feiras ao Sol, de Fernando Leon de Aranoa, e o argentino Lugares Comunes, de Adolfo Aristarain.
- Reuters - Reuters Limited - todos os direitos reservados. Clique aqui para limitações e restrições ao uso.