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Cinema

 
 

Veneza: irmãos Coen criticam falso amor em comédia

03 de setembro de 2003 10h44 atualizado às 13h01

Intolerable Cruelty. Foto: Reuters

Intolerable Cruelty
Foto: Reuters

Os americanos Joel e Ethan Coen criticam os casamentos por interesse, a ambição pelo dinheiro e o falso amor em Intolerable cruelty, uma comédia que tem os atores George Clooney e Catherine Zeta-Jones como protagonistas.

Os dois proporcionaram nesta quarta-feira (3) uma forte dose de "glamour" ao Festival de Veneza na apresentação do filme, exibido com uma cópia provisória, já que os irmãos Coen ainda não concluíram a edição definitiva.

Joel e Ethan Coen assinaram o roteiro de seu décimo longa-metragem e, como é habitual, o primeiro aparece nos créditos também como diretor e, o segundo, como produtor, embora se saiba que todo o trabalho é feito a quatro mãos.

Sinais das grandes comédias do cinema americano dos anos 50 e 60 podem ser notados nesse filme, cuja base é a guerra de sexos.

Clooney interpreta um famoso e competente advogado especializado em questões matrimoniais e Catherine vive a caça de maridos dos quais possa ficar com parte de sua riqueza após um premeditado e imediato divórcio.

O choque entre ambos oscila entre o puro interesse econômico, a fascinação e, definitivamente, o amor, em uma comédia de desfecho previsível, que, no entanto, contém altas doses de humor e que foi muito elogiada pelos espectadores em Veneza.

Alguns diálogos se destacam, assim como a inclusão de alguns personagens extravagantes, uma característica marcante da filmografia dos Coen, autores de filmes como Barton Fink (1991), Fargo (1996) e O grande Lebowski (1997).

A escolha dos dois protagonistas alimenta o possível interesse desse filme sobre casamentos, já que Clooney, que conta com um divórcio, é agora conhecido por seu celibato, enquanto Catherine, casada com Michael Douglas, assinou um contrato antes do matrimônio que lhe garante muitos benefícios em caso de um divórcio.

Numa sala repleta de jornalistas, os dois intérpretes elogiaram hoje o roteiro dos Coen, "excelente" segundo Clooney, para quem "não há chances de improviso. Seus filmes são sempre bons porque têm uma perspectiva única das coisas".

Numa atmosfera como a atual em Hollywood, na qual impera o "politicamente correto", fazer um filme sobre advogados matrimonialistas e mulheres sem escrúpulos poderia chegar a ser contraproducente.

Catherine afirmou que nas grandes produções "tudo está bem documentado", mas, em todo caso, "é mais divertido se aproximar dessa problemática com um olhar de humor".

"É duro fazer agora um filme nos Estados Unidos sobre o divórcio? Talvez. Sou incapaz de prever se será um sucesso de bilheteria, mas, se for assim, teremos tido sorte", disse Clooney.

EFE
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