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Cinema

 
 

Confira os filmes que mais agradaram até agora

21 de janeiro de 2004 11h15 atualizado às 16h41

Cena de  The Garden State. Foto: Divulgação

Cena de The Garden State
Foto: Divulgação

A 20ª edição do Sundance chega à sua metade com dezenas de distribuidores em luta frenética para fechar a compra dos destaques do ano, muitas discussões nos bares e restaurantes sobre este ou aquele filme e, apesar do frio beirando os três graus negativos, mais gente chegando a esta pequena estação de esqui cada vez mais abarrotada.

Concorrem 16 dramas e 16 documentários em mostras separadas, além dos filmes das seleções American Spectrum e World Cinema, que disputam prêmios de audiência.

Garden State (EUA), uma comédia romântica escrita, dirigida e interpretada por Zach Braff, é, até agora, o filme mais elogiado pela crítica especializada. A história segue um ator medíocre de Hollywood que volta a New Jersey para o funeral de sua mãe e reencontra amigos do passado. Também faz parte da competição, na categoria World Cinema, Carandiru, de Hector Babenco, exibido no sábado.

O público, por sua vez, tem feito de outra comédia - Napoleon Dynamite (EUA), de Jared Hess, um dos seus favoritos, juntamente com o documentário I Like Killing Flies (EUA), de Matt Mahurin, sobre o excêntrico chef de um restaurante do Greenwich Village.

The Woodsman - um thriller psicológico de Nicole Kassell, com Kevin Bacon e Kyra Sedgwick, sobre um ex-condenado tentando retomar o rumo de sua vida - parece ter atingido um certo equilíbrio entre o gosto dos críticos e espectadores. Ontem, a exibição para a imprensa estava esgotada e estão previstas outras sessões extras.

Outros destaques são os dramas Chrystal, de Ray McKinnon, com Billy Bob Thornton (também vivendo um ex-prisioneiro), e November, de Greg Harrison, estrelado por Courtney Cox; entre os documentários, estão também cotados A Place of Our Own, de Stanley Nelson, e Let the Church Say Amen, de David Petersen.

Fora das mostras competitivas, o filme mais elogiado nas conversas em Park City é, sem dúvida nem favor algum, Diários de Motocicleta, o extraordinário filme de Walter Salles, que teve mais três sessões na mostra Première, com ingressos esgotados desde a véspera.

Também agradaram bastante: o filme que abriu a edição deste ano, Riding Giants, de Stacey Peralta, sobre a cultura do surfe; o surpreendente Le Jardin de Papa, do congolês Ze ka Laplaine; Baadasssss!, de Mario Van Peebles; e O Maquinista, de Brad Anderson.

A Sony Classics adquiriu os direitos de Riding Giants, um provável sucesso com o público jovem; a Lion's Gate já levou para casa Open Waters, de Chris Kentis, e, numa transação surpreendente, a Fox Searchlight e a Miramax, tradicionais competidoras, se associaram para adquirir os direitos do elogiado Garden State, numa quantia não revelada, mas que o site da revista The Hollywood Reporter calculou em US$ 5 milhões.

A publicação especializada também noticiou que Diários de Motocicleta teve os direitos para o território americano adquiridos pela distribuidora Focus por US$ 4 milhões.

Enquanto os executivos se empenham na disputa pelo próximo blockbuster, as sessões continuam a atrair um grande público que, já às sete horas da manhã, forma enormes filas para assistir às primeiras sessões. Vale tudo para conseguir um ingresso, até tomar conta de estacionamentos debaixo da neve, uma das tarefas destinadas aos voluntários que todos os anos aportam por aqui para trabalhar no Sundance em troca de alojamento e alguma prioridade para assistir aos filmes. Este ano eles totalizam 1.400, vindos de todas as partes do mundo. Alguns são cineastas independentes que sonham um dia ter seus filmes exibidos no festival.

Os diretores que já atingiram essa meta participaram do tradicional brunch com Robert Redford no resort Sundance, de sua propriedade, situado num cânion das montanhas de Utah, a 40 minutos de Park City.

O cenário é decorado com ícones do Velho Oeste, como o The Owl Bar, que Redford comprou e transplantou do Wyoming exatamente como era em 1890. O velho bar era freqüentado pelo verdadeiro Sundance Kid e pela gangue de Butch Cassidy, personagens do cultuado faroeste estrelado por Redford e Paul Newman, que emprestou o nome para o Instituto Sundance e seu festival.

Vestindo jeans surrados e botas de cowboy, Redford percorreu as dezenas de mesas, confraternizou com os diretores e defendeu o festival de críticas do livro Down and dirty pictures, de Peter Biskind, lançado durante o festival.

"Desde o início, este festival vem se caracterizando pela diversidade e por isso muita gente achava que ele não teria sucesso. Mas a diversidade é o que fez dele o que é hoje", disse, numa referência à crítica de que o festival inclui filmes feitos por mulheres, nativos, negros, etc, mas não dá igualdade de acesso a todos.

Jornal do Brasil
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