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Cinema

 
 

Morre o ator americano Charlton Heston

06 de abril de 2008 01h38 atualizado às 17h41

Ator ganhou seu único Oscar por Ben-Hur (1959). Foto: AP

Ator ganhou seu único Oscar por Ben-Hur (1959)
Foto: AP

O ator norte-americano Charlton Heston, vencedor do Oscar de Melhor Ator por Ben-Hur (1959), morreu hoje, aos 84 anos, em sua residência de Beverly Hills, após ter sofrido por seis anos de uma lenta e ininterrupta deterioração devido ao Alzheimer. Sua voz profunda e rosto sóbrio permitiram à Hollywood dos anos 50 recriar personagens históricos e bíblicos que ficaram marcados como símbolos da sétima arte.

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"Devo ter coragem e resignação", disse Heston quando se viu obrigado a fechar definitivamente as portas para o cinema e a qualquer atividade pública à frente da National Rifle Association (Associação Nacional do Rifle, NRA na sigla em inglês), organização americana em favor das armas que liderou durante anos.

Com seu porte atlético, seus traços marcantes e seu timbre de voz, Heston se encaixou perfeitamente no tipo de estrela que Hollywood buscava para suas grandes produções dos anos 50, nas quais a indústria se inspirava na Bíblia e nos livros de História.

Heston será lembrado como Moisés em Os Dez Mandamentos (1956) e o herói da reconquista espanhola Don Rodrígo Díaz de Vivar, em El Cid (1961), além de vários outros personagens históricos. Pelo papel principal de Ben-Hur, Heston ganhou seu único Oscar - e teve também sua única indicação ao prêmio mai s cobiçado do cinema.

Também participou de grandes produções como 55 dias em Peking (1963), Terremoto (1974) e O Planeta dos Macacos (1968), história que reviveu quando interpretou um pequeno papel na nova versão de Tim Burton, de 2001.

John Charlton Carter, como foi batizado, nasceu em Evanston, Illinois, no dia 4 de outubro de 1924, e desde pequeno amou o teatro.

Sua paixão pela interpretação o levou a se inscrever em cursos de teatro na universidade, onde conheceu sua esposa, Lydia Marie Clarke, com quem teve dois filhos.

Com ela, interpretou várias peças de teatro, e protagonizou em 1948 a obra de Shakespeare Antonio e Cleópatra, que foi um grande sucesso por dois anos.

Heston foi contratado para interpretar o papel de Marco Antonio no filme Julius Caesar (1949), dirigido por David Bradley, papel que lhe abriu o caminho para o estrelato.

A partir daí sua carreira decolou, e ele participou de dezenas de filmes, entre eles O Maior Espetáculo da Terra (1952), de Cecil B.DeMille; A Selva Nua (1954), de Byron Haskin; O Segredo dos Incas (1954), de Jerry Hopper, Os Dez Mandamentos (1956), de Cecil B. DeMille, e A Marca da Maldade (1958), de Orson Welles.

Nos anos 60, participou de filmes como Agonia e Êxtase (1965), O Senhor da Guerra (1965), Khartoum (1966) e O Planeta dos Macacos (1968).

Nos anos 70, trabalhou em filmes como O Senhor das Ilhas (1970), No Mundo de 2020(1973), Os Três Mosqueteiros (1973), Terremoto (1974) e Aeroporto 75 (1974).

Heston teve também uma forte faceta política, e se tornou conhecido como o último bastião dos conservadores em Hollywood. Além de ser um republicano fanático, foi um firme defensor direito dos americanos de usar armas, como demonstrou através da NRA, que presidiu durante anos. Em seu documentário Tiros em Columbine (2002), o diretor Michael Moore entrevistou Heston, quando ambos discutiram sobre a polêmica questão da posse de armas nos Estados Unidos. Irritado, o ator acabou abandonando a entrevista.

EFE
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